Em conformidade com a Lei Geral de Proteção aos Dados, informamos que usamos cookies para melhorar sua experiência. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriu que canabinoides (substâncias extraídas da Cannabis) podem ajudar no tratamento de doenças neurológicas como Alzheimer, esclerose múltipla, esquizofrenia e depressão. A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira (27/5), na revista científica European Archives of Psychiatry and Clinical Neurosciences.
Os cientistas testaram três tipos de canabinoides em oligodendrócitos, células que são responsáveis por formar a bainha de mielina que protege os neurônios — o desgaste desta estrutura está relacionado à esclerose múltipla, por exemplo.
Mais sobre o assunto
Saúde
Canabidiol pode reduzir tumor cerebral altamente agressivo, diz estudo
Brasil
Novo medicamento à base de canabidiol é liberado pela Anvisa
Saúde
Cientistas brasileiros vão testar canabidiol para tratar Covid longa
Brasil
Pedidos para importação de canabidiol crescem 1.766% em seis anos
“A mielina também é importante para fornecer energia para o neurônio e mantê-lo saudável. Quando há defeitos nos oligodendrócitos, vários problemas podem ocorrer no funcionamento dos neurônios e consequentemente do cérebro”, explica a pesquisadora Valéria Almeida, uma das autoras do estudo, à Agência Bori.
Os cientistas contam que os canabinoides podem alterar mecanismos fundamentais para a produção de energia celular, a criação de novas células, a movimentação delas para outras partes do cérebro ou até a morte delas.
“Modificar a proliferação, o ciclo e a morte celular pode ser essencial para conferir neuroproteção; modular as vias de migração e diferenciação celular pode influenciar o desenvolvimento de um perfil mais saudável nas células neuronais. Além disso, mudanças no metabolismo energético podem ser investigadas pelo seu potencial de melhorar desregulações vistas em muitas desordens neurodesenvolvimentais e neurológicas”, escrevem os pesquisadores.
Cópia de 3 Cards_Galeria_de_Fotos (34)
O Parkinson, o Alzheimer e a demência são doenças neurodegenerativas que afetam principalmente a população idosa. As condições são progressivas e, com o passar do tempo, o paciente torna-se mais dependente do cuidado de terceiros
Getty Images
***Idosos e computador
É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais
Getty Images
***medicos
Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes
Divulgação
***elderly-g73b917f75_640
O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos
Pixabay
***man-g7d8f2f940_640
Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição
Pixabay
***woman-gd073167b3_640
O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais
Pixabay
***question-gd12ddc75a_640
As consequências mais recorrentes são o comprometimento da memória, do comportamento, do pensamento e da capacidade de aprendizagem
Pixabay
***patient-ge7e79da2d_640
A demência é progressiva e os sintomas iniciais bastante conhecidos: perda de memória e confusão são os mais comuns. A condição atinge até 25% das pessoas com mais de 85 anos no Brasil
Pixabay
***hands-gda2519f21_640
Problemas na fala e dificuldade em tomar decisões também estão entre os sinais. Porém, há outros indícios sutis que podem alertar para o desenvolvimento de alguns tipos de doenças degenerativas
Pixabay
***eye-g91c3cc572_640
Problemas de visão: um estudo feito no Reino Unido pela UK Biobank mostra que pessoas com degeneração macular relacionada à idade têm 25% mais chance de ter demência
Pixabay
***idosos-agencia-brasil
Perda auditiva: pode estar ligada a mudanças celulares no cérebro. Mas a perda de visão e audição pode levar o idoso ao isolamento social, que é conhecido há anos como um fator de risco para Alzheimer e outras formas de demência
Agência Brasil
***elderly-couple-g5e4cbfe5e_640
Mudanças de humor: pessoas com quadros iniciais de demência param de achar piadas engraçadas ou não entendem situações que costumavam achar divertidas e podem ter dificuldade de entender sarcasmo
Problemas na gengiva: pesquisas apontam que a saúde bucal está relacionada a problemas mentais e pode estar ligada também à diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto, obesidade e alcoolismo — todos também são fatores de risco para a demência
Reprodução
***man-g2ef0736cd_640
Isolamento social: o sintoma pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. A falta de paciência com amigos e familiares e a preferência por ficar sozinho podem ser sinais de problemas químicos no cérebro ou falta de vitaminas
Pixabay
***ball-g8627c1d0f_640
Outros sinais que podem indicar doenças neurodegenerativas, são: desinteresse pelas atividades habituais, dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia, repetir conversas ou tarefas, Desorientação em locais conhecidos e dificuldade de memorização
Pixabay
0
Apesar de novos estudos precisarem ser feitos para criar maneiras de usar os canabinoides contra doenças, a descoberta é essencial para avançar no desenvolvimento de medicamentos que tratem condições neurológicas que, muitas vezes, não possuem tratamento.
“Nossos resultados poderão ser utilizados por outros pesquisadores como direcionamento para a procura de novos tratamentos de doenças causadas por problemas na função de oligodendrócitos ou na mielina”, conta Valéria.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
O post Canabinoides podem tratar doenças neurológicas, diz estudo brasileiro apareceu primeiro em Metrópoles.