Moraes autorizou o compartilhamento da investigação da PF sobre a “Abin paralela” com órgão; havia a suspeita de interferência da cúpula da agência
Na foto, o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa Lula Marques/ Agência Brasil
Caio Vinícius 10.abr.2024 (quarta-feira) – 13h31
A CGU (Controladoria Geral da União) afastou a corregedoria da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) da condução dos procedimentos internos disciplinares contra agentes da PF (Polícia Federal) envolvidos no esquema da “Abin paralela” durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo apurou o Poder360, a CGU já definiu a demissão de pelo menos 4 agentes da PF que atuavam na Abin. Entre os alvos estão os policiais federais Felipe Arlotta e Marcelo Bormevet, aliados de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da agência de inteligência.
A medida se deu por suspeita de interferência da cúpula da Abin, comandada pelo delegado Luiz Fernando Corrêa. A ascensão de Paulo Maurício, nº 3 da agência, foi um indicativo. A CGU nega. Paulo Maurício foi afastado pelo ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Moraes autorizou o compartilhamento dos elementos da investigação da PF sobre a “Abin paralela” com a CGU. Com a decisão, o órgão passou a presidir a eventual responsabilização administrativa dos funcionários envolvidos na investigação.
Funcionários da CGU trabalham diretamente na sede da Abin, em Brasília. O órgão tem auxiliado nas investigações sobre a operação da agência nas comunidades cariocas durante a gestão de Ramagem.