InícioEditorialCromossomo do Amor: veja projeto que mudou vida de crianças com Down

Cromossomo do Amor: veja projeto que mudou vida de crianças com Down

Garantir os direitos e promover a inclusão de pessoas com síndrome de Down ainda é um desafio no Brasil, especialmente para famílias em situação de vulnerabilidade. Dificuldades no acesso a terapias, inclusão escolar e combate ao preconceito fazem parte do dia a dia dessas famílias. Em Ceilândia, no Distrito Federal, o projeto Cromossomo do Amor busca preencher essas lacunas, oferecendo suporte e orientação por meio de ações como o esporte e encontros comunitários.

Idealizado por Nazaré Silva, de 50 anos, mãe de Samuel Silva, de 10 anos, que tem síndrome de Down, o projeto nasceu das dificuldades que ela própria enfrentou. “Vi que muitas mães passavam pelos mesmos desafios que eu. Decidi unir forças para buscarmos soluções e garantirmos os direitos dos nossos filhos”, relata Nazaré, formada em pedagogia e cursando psicopedagogia. Desde então, a iniciativa tem ajudado famílias a acessar terapias, incluir crianças na rede de ensino regular e encontrar apoio emocional.

Uma das frentes do projeto é a intermediação com instituições que oferecem tratamentos especializados, como fonoaudiologia e terapia ocupacional. “Essas terapias são fundamentais para o desenvolvimento das crianças e fazem uma grande diferença na qualidade de vida delas”, explica Nazaré. Paralelamente, o projeto auxilia famílias a reivindicarem os direitos previstos na Lei de Inclusão, enfrentando desafios como a falta de uma sede própria e recursos para implementar ações voltadas ao empreendedorismo das mães participantes.

O Cromossomo do Amor também colabora com outras iniciativas, como o time de futsal Down, que realiza atividades no Cruzeiro e atende jovens que possuem essa condição. Nazaré, que apoia na organização do time, destaca os benefícios do esporte. “Além de melhorar a qualidade de vida, promove socialização e incentiva a independência dos jovens.”

Entre as participantes do projeto, Maria das Virgens Lima, de 50 anos, mãe de Thiago Lima, de 11, que tem síndrome de Down e autismo, conta que encontrou o apoio necessário no Cromossomo do Amor. “Conheci o projeto através da Nazaré. Ela nos ajudou em várias situações, e graças a isso meu filho começou a participar de terapias e eventos comunitários”, diz Maria. Thiago, que antes não demonstrava interesse em atividades externas, agora participa de eventos e esportes, o que trouxe mudanças no seu comportamento.

Outro relato vem de Marcilene de Souza do Amaral, de 42 anos, mãe de Rafaela Amaral, de 22 anos, com deficiência intelectual, e Samuel Amaral, de 5 anos. Ela destaca como o projeto transformou a dinâmica da família. “O projeto beneficia não só as pessoas com deficiência, mas também suas famílias, promovendo igualdade, fortalecimento e solidariedade. Já tivemos o privilégio de participar do encontro de famílias atípicas em Ceilândia, uma tarde cheia de brincadeiras, música e interação. São momentos que trazem alegria e fortalecem a autoestima dos nossos filhos”, conta.

Com planos para ampliar as atividades, Nazaré Silva pretende incluir projetos de musicalização e jiu-jitsu, além de buscar recursos para uma sede própria. Para ela, o Cromossomo do Amor vai além de oferecer suporte: é uma ferramenta para fortalecer famílias e promover mudanças significativas. “Precisamos garantir que todos tenham oportunidades e acessibilidade. Não é só sobre ajudar, mas sobre fazer valer os direitos de todos”, conclui.

Veja:

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Idealizado por Nazaré Silva, mãe de Samuel Silva, o projeto nasceu das dificuldades que ela própria enfrentou

Maria das Virgens Lima, e seu filho, Thiago Lima, de 11 anos
Marcilene de Souza do Amaral, mãe de Rafaela Amaral, de 22 anos, e Samuel Amaral, de 5 anos
Samuel Silva, de 10 anos, filho da idealizadora do projeto, Nazaré Silva
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Em Ceilândia, no DF, o projeto Cromossomo do Amor oferece suporte e orientação por meio do esporte

Material enviado ao Metrópoles

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Idealizado por Nazaré Silva, mãe de Samuel Silva, o projeto nasceu das dificuldades que ela própria enfrentou

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Maria das Virgens Lima, e seu filho, Thiago Lima, de 11 anos

Material cedido

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Marcilene de Souza do Amaral, mãe de Rafaela Amaral, de 22 anos, e Samuel Amaral, de 5 anos

material cedido

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Samuel Silva, de 10 anos, filho da idealizadora do projeto, Nazaré Silva

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Material enviado ao Metrópoles

 

Impacto psicológico e social

A psicóloga clínica Aline Sampaio destacou que projetos como o Cromossomo do Amor são fundamentais para promover inclusão. “Não são apenas uma condição, mas pessoas como qualquer outra”, afirmou. Uma das ações que geram impacto significativo é o incentivo ao esporte.

O time de futsal Down, por exemplo, não apenas melhora a saúde física, mas desenvolve habilidades sociais e emocionais, como trabalho em equipe e resiliência. “Esses momentos são oportunidades para aprender e se conectar, construindo autoestima e autonomia”, observa Aline.

Redes de apoio como o Cromossomo do Amor também desempenham um papel crucial para as famílias. Para elas, ver os filhos progredirem é motivo de alegria e motivação, embora lidar com frustrações seja parte do processo. Aline alerta que o preconceito ainda é um dos maiores desafios, gerando sentimentos de inferioridade e, em muitos casos, quadros de ansiedade e depressão. “A exclusão reforça a ideia de incapacidade, impactando profundamente o desenvolvimento emocional”, explica.

A inclusão escolar e comunitária é apontada como um dos caminhos mais eficazes para combater a discriminação. Segundo Aline, respeitar as particularidades das crianças e ensinar o valor da diversidade são passos fundamentais. “Elas precisam ser vistas com respeito, para que acreditem em si mesmas e vivenciem novos espaços”, diz.

O apoio emocional às famílias também é indispensável. A psicóloga destaca a importância de cuidados voltados às mães, que muitas vezes se colocam em segundo plano. “É essencial que as mães cuidem de si para ajudar os filhos. Terapia e redes de apoio são ferramentas para isso”, reforça.

Apesar dos avanços, o preconceito ainda é uma barreira para a plena inclusão. Aline aponta que dar visibilidade às pessoas com síndrome de Down em diferentes espaços sociais é uma forma de quebrar estigmas. “Elas precisam ser vistas como indivíduos completos, com sonhos, histórias e capacidades.”

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