Dezenas de milhares de pessoas protestavam nas ruas de várias cidades do país neste domingo pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano, após protestos similares em março e abril, acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entretanto, os manifestantes que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília destacavam-se enormes faixas verdes e amarela com os dizeres “Impeachment Já” em preto.
Os manifestantes não pouparam também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade chegou à casa dos 80 por cento no período em que comandou o país. Na capital federal, um enorme boneco inflável fazia referência a um Lula vestido de presidiário em meio aos 25 mil manifestantes estimados pela Polícia Militar.
Vestidos com camisas da seleção brasileira e de verde e amarelo, os manifestantes aproveitaram o dia de sol em várias cidades do país e, no Rio de Janeiro, tomaram a orla de Copacabana com gritos de “Fora PT” e elogios a Moro.
“A corrupção no Brasil chegou ao limite do limite, e esse governo desonra os brasileiros dignos”, disse o advogado Carlos Andrade, que foi a Copacabana acompanhado da família.
Em Belo Horizonte, os manifestantes contrários à presidente se reuniram na Praça da Liberdade e o protestos na capital mineira contou com a presença do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição do ano passado. O tucano teve o nome gritado por um grupo de manifestantes ao chegar para o protesto.
Em São Paulo, os participantes da manifestação se reuniam no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em um contraponto aos protestos anti-PT, militantes do partido e sindicalistas se reuniam em frente à sede do Instituto Lula, na zona sul da cidade, com bandeiras do PT e cartazes de defesa da democracia.
Os protestos também aconteciam em capitais como Belém, Maceió e Salvador, além de cidades do interior do país. Em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, numa das avenidas mais movimentadas da cidade, um caminhão de som tocava músicas contra o governo Dilma e com muitas palavras de ordem também contra Lula.
Por | Reuters