InícioEditorialPolítica NacionalDino aponta falta de segurança para faltar à audiência na Câmara

Dino aponta falta de segurança para faltar à audiência na Câmara

Logo Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, faltou pela segunda vez a uma audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para a qual foi convocado a fim de prestar esclarecimentos sobre as ações da pasta sob seu comando.

O início da sessão estava agendada para esta terça-feira (24) às 9 horas. Às 8h11, no entanto, Dino assinou eletronicamente um ofício endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, pedindo que o parlamentar o orientasse “acerca da melhor conduta a adotar” frente ao que ele classifica como “falta de capacidade e de isenção” de parte dos integrantes da Comissão de Segurança Pública.

Notícias relacionadas:

  • Dino não comparece à comissão da Câmara e quer ser ouvido em plenário .

No documento, o ministro argumenta ainda que algumas manifestações de deputados de oposição à atual gestão federal equivalem a ameaças contra sua integridade e afirma ter sido orientado a não comparecer à sessão desta manhã.

“Esses fatos objetivos levaram a que o setor de segurança deste ministério [MJSP] recomende o não comparecimento à citada convocação, à vista do elevado risco de agressões físicas e morais, inclusive com ameaças de uso de arma de fogo”, alega Dino, após elencar uma série de declarações de integrantes da comissão que criticam sua gestão, acusando-o de não conhecer a área estratégica sob sua responsabilidade.

Entre as críticas reproduzidas no ofício está uma fala do presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sanderson (PL-RS), a quem Dino atribui “falta de capacidade e isenção para conduzir os trabalhos da audiência pública”.

Histórico

No último dia 10, quando o ministro deixou de atender, pela primeira vez, a uma convocação da mesma comissão, o presidente do colegiado deputado Sanderson disse que o ministro era “despreparado, arrogante e desrespeitoso com a sociedade brasileira” e que o Ministério da Justiça e Segurança Pública “foi aparelhado por gente que não entende nada de segurança pública”.

Na ocasião, o ministro alegou que acompanharia a Operação Bad Vibes, deflagrada no mesmo dia em 12 unidades da federação para combater a pornografia infantil. Os integrantes da comissão, então, aprovaram a nova convocação de Dino, para esta terça-feira.

Ao contrário de um convite, a convocação para audiências públicas em comissões parlamentares têm caráter obrigatório e a ausência injustificada pode, em último caso, ser considerado crime de responsabilidade.

No ofício endereçado ao presidente da Câmara, Dino reproduz fotos de parlamentares governistas e de oposição quase chegando às vias de fato para apontar o “inusitado clima agressivo, hostil e de desordem” que, segundo ele, marca os trabalhos da comissão.

“A partir das frases dos citados parlamentares, membros da comissão, é verossímil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade física, se eu comparecesse à audiência. Lembro, a propósito, que os parlamentares não se submetem aos detectores de metais, o que reforça a percepção de risco, inclusive em razão dos reiterados desatinos por parte de alguns. Ademais, sublinho que o presidente da comissão reconheceu a impossibilidade de manutenção da ordem dos trabalhos, ao encerrar a sessão anterior a que compareci no dia e hora marcados”, encerra Dino antes de reafirmar a disposição para prestar à Comissão-Geral, no Plenário da Câmara, os devidos esclarecimentos quanto às ações do ministério.

PGR

Às 9h18, o ministro da Justiça usou sua conta pessoal no X (antigo Twitter) para informar que estava em outro compromisso, na Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Atendo agora a convite da Procuradoria-Geral da República para reunião sobre terras indígenas”, escreveu o ministro. Consultada, a assessoria da PGR informou que Dino está reunido com a procuradora-geral, Elizeta de Paiva Ramos, e que mais informações serão divulgadas ao longo do dia.

Ao dar início à audiência e informar sobre a ausência do ministro, Sanderson leu a mensagem que Dino publicou nas redes sociais. “Com isso, [o ministro Dino] está dizendo: ‘Congresso Nacional, pouco me importa o que vocês estão fazendo aí. O que interessa é eu estar aí pagando de xerifão, de valentão’. Quando, na verdade, [ele] não tem coragem de vir aqui responder aos parlamentares sobre uma série de situações”, criticou o parlamentar. 

O presidente do colegiado ainda acusou o ministério de, passados dez meses da nova gestão no comando da pasta, “não ter [implementado] uma única medida séria, responsável, para o enfrentamento à criminalidade que avança [no país]”.

“Sabemos que um dos maiores problemas que a população vem sofrendo é na segurança pública e no crescimento da violência. Vimos ontem o Rio de Janeiro em caos, com a população jogada à própria sorte. E o governo federal – que através do Ministério da Justiça e Segurança Pública tem a responsabilidade de estabelecer, nacionalmente, políticas de enfrentamento à insegurança, ao crime organizado e à narcotraficância – nada realizou até agora”.

Matéria ampliada às 11h49 para inclusão dos três últimos parágrafos.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Vai à Virada Cultural 2024? Vejas dicas de segurança para aproveitar o evento

Neste fim de semana acontece mais uma edição da Virada Cultural de São Paulo,...

Milei reafirma compromisso em fechar Banco Central da Argentina

Presidente argentino diz ainda que, depois de “limpar” a autoridade monetária, criará lei proibindo...

CNJ: Barroso não inclui caso de Moro e Hardt na pauta de 3ª (21/5)

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, não incluiu...

Saiba como devem ser as ‘cidades temporárias’ para desabrigados no Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul divulgou, na sexta-feira (17), detalhes da organização...

Mais para você