As dificuldades enfrentadas durante os dois últimos anos para comunicar à população baiana sobre como se proteger do coronavírus são tema do documentário “Um visitante indesejado”. Lançado nesta segunda-feira (23), na sala do coro do Teatro Castro Alves (TCA), a produção do governo do estado relembra os momentos mais delicados da disseminação do coronavírus.
Em 6 de março de 2020, quando as informações sobre a covid-19 ainda eram escassas no mundo todo, coube à imprensa baiana investigar e fornecer informações corretas às pessoas, sem causar alarde. A disseminação de fake news nas redes sociais, inclusive por integrantes do governo federal, foi um dos principais obstáculos que precisaram ser enfrentados ao longo do período.
“Neste percurso desafiador, destaco os muitos aprendizados e o espírito de colaboração que serviu de alerta nas horas mais amargas. Por isso, uma das coisas mais gratificantes que aconteceram durante a pandemia foi a colaboração dos veículos de comunicação e das suas incansáveis equipes”, afirmou o secretário estadual de Comunicação Social, André Curvello.
Durante o lockdown, jornalistas continuaram nas ruas trabalhando para levar informação de qualidade àqueles que puderam ficar em casa. “Houve a compreensão de que as empresas e os trabalhadores do setor também faziam parte do contingente de combate à pandemia”, acrescentou o secretário.
Produção mostra os desafios no combate à doença e as peças de comunicação feitas para alertar a população (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO) |
Artistas baianos que fizeram parte de campanhas de alerta sobre a pandemia, como Carlinhos Brown, Margareth Menezes e Márcio Victor, também são lembrados no documentário, que será disponibilizado no site do governo da Bahia em breve.
“O primeiro material que a gente fez foi super leve, algo que ainda era permitido naquele começo. A partir daí os números [de mortes e casos] foram subindo, as pessoas começaram a entender o que era a doença […] Durante o percurso da pandemia fomos descobrindo caminhos que pudéssemos trilhar para tocar o coração das pessoas”, afirma Faustão, diretor de criação da Objectiva, agência que realizou diversas campanhas publicitárias sobre o coronavírus.
Quando a segunda onda da pandemia começou a se instalar no Brasil, em março de 2021, o desafio foi manter novamente os jovens dentro de casa. Foi aí que a comunicação entrou em ação endurecendo o discurso das propagandas veiculadas. “Nesse momento nós direcionamos as campanhas aos jovens, porque eles estavam ansiosos para sair de casa e percebemos que aquele comportamento mais solto estava levando o vírus para dentro de casa e atingindo as pessoas mais idosas”, relembrou André Curvello.
A produção de 45 minutos mostra como a comunicação midiática foi mudando de comportamento ao longo do tempo, para manter sempre a população informada de como agir perante a disseminação descontrolada e, mais tarde, ao arrefecimento da pandemia.
Público na sala do coro do TCA no lançamento do documentário (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO) |
“O sucesso de tudo isso foi graças à agilidade com que conseguimos tratar esse assunto. À medida que as informações iam chegando, a gente tentava implementar isso na comunicação”, destacou Samanta Marchiori, coordenadora de atendimento da Leiaute Propaganda.
Em janeiro do ano passado, quando a primeira remessa de vacinas contra a covid-19 chegou à Bahia, a comunicação publicitária e os veículos de imprensa foram essenciais para incentivar que a população aderisse à vacinação. Mesmo com a desinformação, a maior parte dos baianos abraçou a campanha e se imunizou.
Do início de 2021 até hoje, mais de 10 milhões de pessoas tomaram pelo menos a segunda dose ou a dose única da covid-19 na Bahia. O número representa 83% de toda a população do estado. A alta taxa de pessoas vacinadas contribuiu para que a Bahia ocupasse o segundo estado com a menor taxa de mortalidade no país em abril do ano passado.
“Ainda é importante comunicar às pessoas sobre a importância da vacina. A vacina salva vidas e a Bahia precisa continuar avançando na cobertura vacinal. Então, pedimos às pessoas que ainda não tomaram a primeira, segunda ou dose de reforço, que procurem uma unidade de saúde para tomar a vacina porque ela protege você e seus queridos”, afirmou a secretária estadual de saúde Adélia Pinheiro, no lançamento do documentário.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela.