BAHIA
Educação do Campo apresenta um modelo inovador
Neste mês de outubro, celebramos os 50 anos da Pedagogia da Alternância na Bahia.
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O sistema educacional inovador estabelece conexões robustas entre as 31 Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) e as 03 Casas Familiares Rurais que operam em território baiano. A Escola Família Agrícola Regional (EFAR) de Brotas de Macaúbas, uma das pioneiras, comemora essa trajetória com a comunidade, parceiros e representantes do Governo da Bahia.
Tiago Pereira, coordenador geral do Bahia Sem Fome e representante do governador Jerônimo Rodrigues, relembra as origens deste projeto transformador. A Escola em Brotas de Macaúbas é fruto da ação social da Igreja Católica em 1975, voltada para o desenvolvimento de comunidades carentes, e hoje, colhemos os frutos dessa história de luta, especialmente após a redemocratização e as leis que garantiram suporte à educação no campo.
Os conteúdos nas EFAs não são impostos; são co-construídos pelos alunos e suas famílias, refletindo a realidade e identidade de cada um. Esta abordagem da Pedagogia da Alternância, surgida na França nos anos 30, combina aprendizagens teóricas e práticas, integrando o conhecimento à vivência comunitária.
O método VER-JULGAR-AGIR, vital para esse aprendizado, continua a moldar cidadãos conscientes e conectados com suas comunidades. “Aqui, formamos líderes que entendem o valor do trabalho colaborativo e das responsabilidades sociais”, compartilha Keylane de Araújo Oliveira, uma estudante de 18 anos que transforma sua vivência na EFAR em um aprendizado duradouro.
Mas a história da Educação do Campo no Brasil começou em um período complexo. Foi em 1969, durante a Ditadura Empresarial-Militar, que a primeira Escola Família Agrícola se estabeleceu em Anchieta, Espírito Santo, pelo italiano Pietro Tabacchi. Ele trouxe consigo a esperançosa proposta educativa que hoje ressoa em várias regiões do Brasil.
A EFA de Olivânia e sua proposta pedagógica se entrelaçam com o legado de Paulo Freire e a realidade das comunidades. Joel Duarte Benísio, assessor pedagógico do Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), destaca a importância de adaptar os conteúdos às necessidades reais dos alunos, criando um diálogo essencial entre educação e contexto social.
Os princípios fundamentais da Pedagogia da Alternância, como a gestão associativa e o protagonismo estudantil, são reforçados por Thierry De Burghgrave, que desde 1972 acompanha a evolução da EFAR. “A formação integral dos estudantes e a construção do conhecimento coletivo são cruciais para o fortalecimento das comunidades”, enfatiza.
Com a celebração dos 50 anos da EFAR, mais de 500 pessoas se reuniram para reconhecer o papel vital da educação no campo na formação de novos líderes rurais. As políticas públicas e a força dos movimentos sociais, como a Pedagogia da Alternância, estão preparando uma nova geração comprometida com sua realidade.
Quer saber mais sobre como a Pedagogia da Alternância transforma vidas? Compartilhe suas impressões e experiências nos comentários! Sua visão é importante para enriquecer nossa conversa.