
Na Bahia, a democratização da cultura tem gerado debates intensos. Em uma entrevista exclusiva, o secretário estadual da Cultura, Bruno Monteiro, se manifesta sobre críticas recebidas de um manifesto assinado por aproximadamente 100 artistas, abordando o foco em investimentos no interior e a diversidade cultural. Para ele, as críticas são reações a uma realidade de territorialização e valorização das expressões culturais menos representadas.
Monteiro, que tem enfrentado preconceitos desde sua nomeação, destaca que 70% dos recursos culturais estão sendo direcionados para o interior da Bahia, um movimento que, segundo ele, provoca uma reação natural. “O preconceito xenofóbico que sofro já cansou”, afirma, reforçando a importância de um diálogo aberto e inclusivo que vá além de Salvador.
Ele se defende das acusações de falta de diálogo, lembrando que a participação popular tem sido um pilar da sua gestão. “Realizamos conferências e fóruns em toda a Bahia. As críticas são válidas, mas devem ser baseadas em informações precisas”, diz Bruno, ressaltando que a Secretaria de Cultura tem um orçamento próprio que cresceu em 60% desde que ele assumiu.
Em sua visão, a resistência a essa nova forma de distribuição dos recursos culturais é compreensível, mas é fundamental que essa mudança seja entendida como uma evolução cultural. “A política de cotas nas universidades foi muito debatida, e hoje é um aspecto aceito da atualidade”, reflete, crendo que a descentralização da cultura irá gerar benefícios a longo prazo.
Além disso, ele compartilha planos estratégicos que incluem a criação da Bahia Filmes, a primeira empresa estatal de audiovisual do Brasil, e a modernização do Teatro Castro Alves, que promete se tornar o espaço cultural mais moderno do país, com reabertura em 2026.
No que diz respeito ao impacto das leis de incentivo à cultura, Monteiro menciona que, graças a essas políticas, a participação das comunidades em editais aumentou consideravelmente, proporcionando um empoderamento cultural inédito na Bahia. “Já contemplamos 1.100 projetos com a Política Nacional Aldir Blanc, e isso mostra que a política cultural é para todos”, afirma.
A relação com a ministra Margareth Menezes, também baiana, tem facilitado parcerias entre o estado e o governo federal, permitindo um fortalecimento das políticas culturais. Monteiro destaca que a combinação de recursos estaduais e federais está impactando positivamente o cenário cultural baiano.
Por fim, ao abordar o impacto econômico de eventos culturais, ele menciona que o investimento de R$ 24,3 milhões em festas e festivais literários tornou a Bahia um exemplo para o Brasil, criando oportunidades para novos talentos e fomentando a economia local durante as feiras.
A trajetória de Bruno Monteiro é marcada pela busca de uma cultura mais inclusiva e acessível, um desafio que ele enfrenta com determinação. O que você acha sobre a democratização da cultura na Bahia? Compartilhe suas opiniões nos comentários!