Dinamarca diz ter detectados veículos aéreos russos perto de bases militares, enquanto Alemanha anunciou plano de defesa; na ONU, chanceler russo disse que qualquer agressão contra Moscou provocará uma ‘resposta decisiva’
Steven Knap/EPA/EFE
Uma instalação móvel de radar foi montada na área militar dinamarquesa em Amager, Pionegaarden, próxima à vila de Dragør, na costa do Øresund, entre Dinamarca e Suécia
A tensão entre Rússia e Otan tem aumentado nas últimas semanas após uma série de incursões de drones russos no espaço aéreo de países europeus, incluindo Polônia, Dinamarca e Alemanha. O episódio mais recente ocorreu na Dinamarca, onde drones foram detectados em diversas instalações militares, incluindo a Base Aérea de Karup, e obrigaram o fechamento temporário de aeroportos no país. Relatórios indicam que cidadãos também relataram centenas de possíveis avistamentos.
O ministro da Defesa da Dinamarca anunciou que o governo aceitará apoio militar da Suécia para aumentar a capacidade de defesa contra drones, enquanto os países bálticos, nórdicos e a Polônia reforçam medidas de proteção diante de ações de espionagem, intimidação e sabotagem atribuídas à Rússia. Na Alemanha, autoridades afirmam que a ameaça dos drones é “alta” e planejam atualizar a legislação para permitir que as forças armadas abatam aeronaves não autorizadas que violem o espaço aéreo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os ataques russos com drones têm como objetivo testar a capacidade de defesa europeia e reduzir o apoio militar à Ucrânia. Segundo ele, 92 drones foram interceptados no território ucraniano e 19 conseguiram atingir seu espaço aéreo, com a Itália podendo ser o próximo alvo.
No plano diplomático, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou a Otan e a União Europeia que qualquer agressão contra Moscou provocará uma “resposta decisiva”. Lavrov acusou os países ocidentais de usar a Ucrânia para travar uma guerra contra a Rússia e negou que Moscou tenha intenção de atacar a aliança. O alerta ocorre após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu a derrubada de qualquer aeronave russa que viole o espaço aéreo da Otan, e do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que afirmou que medidas militares podem ser necessárias para proteger territórios aliados.
*Reportagem produzida com auxílio de IA