1 setembro, 2025
segunda-feira, 1 setembro, 2025

“A IA não pode substituir a criatividade e a personalidade do autor”

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Pedro Hijo

Em um mundo onde a Inteligência Artificial avança rapidamente, é fundamental lembrar que a essência da criação musical e literária reside na humanidade. Manno Góes, renomado cantor, compositor e agora autor de romance, nos convida a refletir sobre essa realidade. Em sua nova obra, *A Fraternidade*, ele optou por não utilizar IA, pois acredita que a criatividade e a personalidade do autor são insubstituíveis. “A IA não pode ser fio condutor”, afirma, defendendo uma abordagem que valoriza a autenticidade.

Manno, conhecido por seus sucessos como *Milla* e *Praieiro*, participou ativamente da União Brasileira de Compositores (UBC) e defende os direitos autorais dos criadores. Ele observa que as novas tecnologias podem facilitar a pesquisa e o processo criativo, mas adverte sobre o perigo da despersonalização. “Se a tecnologia nos transformar em meros intermediários, perdemos nosso brilho”, ressalta. Sua jornada literária, que começou com o livro *Acarajé Bour Mercier* em 2014, foi marcada por um amadurecimento que culmina agora no lançamento de um romance elaborado exaustivamente ao longo de 15 anos.

A reflexão sobre o uso da IA entra em cena quando Manno fala sobre o processo de revisitação do seu novo livro. Ele admite que ferramentas tecnológicas são úteis, mas reafirma que a obra já estava completa antes desse processo. Ao falar sobre os desafios do mercado digital, levanta questões pertinentes sobre a remuneração dos compositores. Ele critica a distribuição desigual dos direitos autorais por plataformas como Spotify e destaca a importância de uma regulação justa para proteger os criadores.

Entre as inúmeras músicas que surgem diariamente, ele menciona a dificuldade de novos artistas em se destacar em meio a um mar de lançamentos. “220 mil músicas são lançadas por dia”, revela, ressaltando que, apesar de a tecnologia ter democratizado o acesso à música, a competição é mais feroz do que nunca. Ele acredita que a força da composição brasileira deve ser valorizada, argumentando que a luta por justiça na remuneração é essencial para garantir a continuidade da criação artística no país.

Manno critica ainda a resistência de alguns setores em reconhecer a importância dos direitos autorais, como prefeituras que promovem eventos sem a devida remuneração aos criadores. “Sem música, não existe festa, e sem autor, não existe música”, enfatiza. Ele menciona decisões judiciais recentes que reforçam a necessidade de recompensar todos os autores, mesmo em um cenário onde a IA é utilizada, destacando que usar tecnologia para evitar pagamentos é uma prática inaceitável.

A mensagem de Manno Góes é clara: a tecnologia pode ser uma aliada, mas nunca deve eclipsar a originalidade humana. A música, a literatura e todas as formas de arte devem ser exaltadas como expressões genuínas do ser humano. Vamos refletir sobre isso e discutir como podemos garantir que a criatividade humana continue a brilhar, mesmo em tempos de mudanças rápidas e inovações tecnológicas. O que você acha? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões.

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