A pouco mais de um ano das eleições de 2026, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se vê em uma situação que lembra a do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em 2024. Na esfera política, seu nome é praticamente unanimidade entre os caciques do Centrão, que já o estão promovendo como o candidato da direita ao Planalto, tanto nas conversas internas quanto com o mercado financeiro.
No entanto, entre os aliados mais próximos de Jair Bolsonaro, a candidatura de Tarcísio enfrenta resistência. Conversas entre Eduardo Bolsonaro e seu pai evidenciam esse descontentamento. Essa dinâmica não é nova; em um cenário semelhante, Nunes contava com amplo apoio do Centrão em sua tentativa de reeleição ao comando da capital paulista.
Antes do pleito de 2024, Nunes participou de um jantar com os mesmos líderes do Centrão que agora estão promovendo Tarcísio. Naquele contexto, o prefeito estava sob os refletores, mas também encontrava um grupo que flertava com a candidatura do ex-coach Pablo Marçal (PRTB), conhecido por seu discurso anti-establishment.
Apesar das críticas públicas de Bolsonaro a Marçal, o ex-presidente não conseguiu esconder o afastamento em relação a Nunes. A responsabilidade de elevar a popularidade do prefeito caiu sobre Tarcísio. A situação do governador, no entanto, se mostra ainda mais desafiadora, especialmente se considerarmos a possibilidade de Bolsonaro enfrentar problemas legais que possam limitar sua atuação no evento.
Se Tarcísio decidir entrar na corrida presidencial, terá de enfrentar um adversário muito mais robusto do que o desafiador Guilherme Boulos (PSol) em 2024: Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente que provavelmente tentará a reeleição. Além disso, outro elemento de preocupação é enfrentar um rival bem próximo da família Bolsonaro: Eduardo, que está cogitando deixar o PL para buscar outra legenda para sua candidatura.
Um episódio recente que evidenciou essa tensão ocorreu quando Tarcísio organizou uma partida de futebol com prefeitos paulistas no estádio do Pacaembu, com Gilberto Kassab (PSD) na arbitragem. Essa ação gerou descontentamento entre os bolsonaristas, especialmente os aliados de Eduardo, que ainda buscam se colocar como sucessores do patriarca. O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP), leal a Eduardo, fez uma comparação sutil entre Tarcísio e o ex-governador João Doria, fazendo alusão ao quanto ele se afastou após romper com Bolsonaro.
“Doria, Doria! Governou São Paulo, tinha alta aprovação em seu governo, uma maioria de ocasião na Alesp, jogava futebol com seus aliados e o final todos nós sabemos”, afirmou Diniz.
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