Em um desfecho impactante, o juiz Rilton José Domingues, da 2ª Vara Cível de Limeira (SP), decidiu que um advogado e seu escritório devem restituir impressionantes R$ 3 milhões a um cliente. O caso em questão expõe a vulnerabilidade de relações de confiança, traindo os princípios que deveriam reger a advocacia.
Tudo começou com um levantamento de R$ 3.772.822,62 da conta de uma empresa pela qual o advogado trabalhava. Esse valor, fruto de uma ação indenizatória, foi transferido para a conta bancária do próprio advogado, sem a devida autorização. O réu argumentou que tinha um contrato de honorários que permitia a retenção de 50% do montante, com prestação de contas prevista para 180 dias após a decisão final.
Contudo, a situação se complicou quando a procuração que autorizava o levantamento foi contestada pela empresa, que alegou sua falsidade. Após fracassadas tentativas de resolução amigável, o caso foi levado à Justiça. Em um momento revelador, o advogado, em depoimento, admitiu que havia investido esse dinheiro em criptomoedas, expondo os recursos da empresa a um risco elevado.
“O comportamento dos réus, ao reter indevidamente por mais de um ano uma quantia milionária pertencente à sua cliente, viola manifestamente o dever de lealdade, transparência e probidade que devem nortear a relação entre advogado e cliente”, declarou o juiz. “Esse desprezo pela confiança do cliente é exacerbado pela confissão do réu, que tratou o patrimônio alheio como se fosse seu”, avaliou o magistrado.
O juiz, ao finalizar seu julgamento, determinou a dedução de R$ 754.564,52 referentes aos honorários acordados, estabelecendo que R$ 3.018.258,10 devem ser devolvidos à empresa. Este caso serve como um alerta poderoso sobre a importância da ética e da transparência na advocacia.
Você já teve experiências marcantes com profissionais de confiança? Compartilhe sua história nos comentários e vamos discutir sobre a importância da lealdade nas relações profissionais!