Num momento crítico para a indústria automotiva brasileira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tomou a iniciativa de se conectar diretamente com os embaixadores chinês e brasileiro. Seu objetivo? Isolar o Brasil das turbulências relacionadas à crise global de semicondutores. A informação foi compartilhada por Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, após uma reunião crucial com representantes da Anfavea e da Abipeças.
O alerta vem em um cenário onde a Nexperia, fabricante de semicondutores de origem chinesa, enfrenta restrições de fornecimento geradas por um conflito geopolítico envolvendo a Holanda. Com o governo holandês assumindo o controle da empresa, a produção de chips, que se concentra na China, mostrou-se ameaçada, trazendo à tona o fantasma da escassez que já havia parado montadoras na pandemia.
“A crise é de natureza geopolítica internacional”, reiterou Uallace, destacando que a Nexperia detém cerca de 40% do market share mundial de chips automotivos, essenciais para diversos veículos. Com um pedido claro do setor produtivo, o governo brasileiro busca um diálogo que deixe explícito o desejo de permanecer fora do embate geopolítico, evitando assim consequências severas para a economia nacional.
O impacto dessa crise não é apenas hipotético. O setor automotivo representa 20% da indústria de transformação brasileira, e a paralisação do fornecimento de chips poderá comprometer 130 mil postos de trabalho diretos, além de afetar 1,3 milhão de empregos indiretos. A urgência na conversa com a China é amplamente reconhecida por líderes do setor, como Igor Calvet, presidente da Anfavea, que defende que uma ação decisiva do governo poderia reverter o estado atual das coisas antes que o efeito dominó se intensifique.
Além de Calvet, outros nomes importantes marcaram presença na reunião, incluindo Adilson Luis Sigarini, diretor-executivo da Abipeças, e Eduardo Gaston Dias Peres, CEO da Robert Bosch, refletindo a gravidade da situação e a ampla busca por soluções. Em um cenário onde o diálogo é crucial, a esperança é que medidas ágeis possam tanto garantir o abastecimento necessário quanto preservar milhões de empregos no país.
Quais são suas perspectivas sobre a situação? Você acredita que o Brasil conseguirá se desvincular dessa crise? Compartilhe seus pensamentos e participe da conversa nos comentários!