Em um cenário de tensões políticas, o presidente da Câmara, Hugo Motta, tem se posicionado de forma estratégica. Em conversas discretas, ele revelou a ministros do STF e do governo federal que está decidido a barrar a urgência do projeto da anistia. Em vez disso, Motta propõe uma alternativa audaciosa: um projeto que visa reduzir penas, especialmente a de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses por sua participação em uma trama golpista.
A proposta de Motta busca reduzir a pena máxima em até oito anos. O foco principal recai sobre os crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e da tentativa de golpe, com uma importante ressalva: as penas não podem se acumular. Esta manobra, no entanto, encontra resistência significativa.
Nos corredores do STF e entre os membros do governo, a reação ao plano de Motta é de ceticismo. O clima de desconfiança permeia as discussões, com ministros como Alexandre de Moraes deixando claro que não estão dispostos a negociar quaisquer acordos que envolvam a votação do projeto da anistia ou da redução de penas. A votação da anistia está agendada para breve, e a pressão para que Motta não consiga impedir esse avanço é palpável.
À medida que a data se aproxima, o futuro político de Bolsonaro e o papel da Câmara neste processo se tornam cada vez mais incertos. Resta saber se Motta conseguirá implementar sua estratégia em meio a um cenário tão conturbado.