Em meio a uma nova polêmica, lideranças bolsonaristas articulam estratégias para desviar a responsabilidade sobre a tarifa de 50% aplicada por Donald Trump a produtos brasileiros. O anúncio, feito na quarta-feira (09/07), gerou um alvoroço, e o temor é que a comemoração dessa medida possa servir como combustível para o discurso petista, que vê no ex-presidente Jair Bolsonaro o principal culpado pela situação.
A cautela dos bolsonaristas fica evidente: eles evitam comemorar a tarifa, entendendo que isso reforçaria a narrativa de que seu líder é o responsável pelas penalizações comerciais. A preocupação é que esse cenário fortaleça os ataques políticos provenientes do PT e de outros grupos opositores.
Os caciques do Partido dos Trabalhadores (PT) rapidamente adotaram este discurso, após Trump citar tanto Bolsonaro quanto decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas a empresas americanas como justificativa para a nova taxação. Um exemplo contundente disso veio do senador Jaques Wagner, que fez um apelo em suas redes sociais: “RESPEITA O BRASIL. A pedido da família Bolsonaro, Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros. O Brasil não será quintal do país de ninguém.”
Nesse contexto, bolsonaristas buscam construir uma narrativa alternativa, culpando outras variáveis externas à sua gestão. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugere que a nova tarifa de 50% deveria ser chamada de “Tarifa Moraes”, vinculando diretamente a decisão ao ministro do STF Alexandre de Moraes e ao bloco BRICS, que inclui Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul.
“Recentemente, Trump entendeu que Moraes age com apoio de um establishment que compactua com sua escalada autoritária. Portanto, a partir de 1º de agosto, empresas brasileiras enfrentarão a ‘Tarifa Moraes’”, afirmou Eduardo.
Já Fabio Wajngarten, advogado próximo do clã Bolsonaro, também comentou a situação e disse que a tarifa é um reflexo do descontentamento americano com a recente cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Em suas redes sociais, ele destacou: “O governo americano, por conta de sua patética política externa, vê com maus olhos o alinhamento do Brasil a países tradicionalmente adversários dos EUA.”
As manobras políticas entre alianças e responsabilizações se intensificam, enquanto as afetações econômicas se tornam cada dia mais reais. E você, o que pensa sobre a aplicação dessas tarifas? Deixe sua opinião nos comentários!