3 setembro, 2025
quarta-feira, 3 setembro, 2025

Anistia para golpistas é a consagração da impunidade

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Em um momento decisivo da história brasileira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surgiu com uma proposta audaciosa no primeiro dia do julgamento dos golpistas de dezembro de 2022 e de janeiro de 2023. Com um gesto simbólico, ele trocou a sua máscara por um boné que defendia a anistia a Bolsonaro, seu antigo colega de farda. Essa atitude reflete um entendimento inquietante: a crença de que a pacificação nacional passa pelo perdão àqueles que tentaram desestabilizar a democracia.

Tarcísio acredita que a anistia promoverá a paz, uma ideia que contrasta com a visão do ministro Alexandre de Moraes e, presumivelmente, de oito de seus colegas. Para eles, a impunidade não é o caminho. Moraes, na abertura do julgamento, salientou que a omissão e a covardia não podem ser válidas para a pacificação. Segundo ele, “o caminho aparentemente mais fácil deixa cicatrizes traumáticas na sociedade”.

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, foi incisivo em suas observações: quando altas autoridades se reúnem para discutir um golpe, este já está em andamento. Caso um golpe como o de 1964, que destruiu a democracia e causou dor por mais de duas décadas, se perpetue na impunidade, a Justiça terá falhado em sua missão. É urgente que tentativas de golpe sejam devidamente julgadas para evitar que a História se repita.

No singular contexto brasileiro, as anistias frequentemente têm servido para absolver os perpetradores de crimes, ao invés de conferir justiça às vítimas. A anistia de 1979, que libertou presos políticos, foi em grande parte uma tentativa de proteger seus autores das consequências de torturas e assassinatos. Essa distorção da justiça é um alerta para o presente.

Se Tarcísio, engenheiro militar, realmente deseja trilhar um caminho diferente, ele precisaria estudar a trajetória de Bolsonaro. Este, por sua vez, demonstrou em sua carreira política uma resistência notória ao aprendizado. Sua relação com a História é marcada por admiração a figuras controversas e uma desconexão com os princípios democráticos.

Se o Congresso tivesse agido com rigor no passado, talvez o Brasil não estivesse enfrentando essa encruzilhada inquietante. A repetição de erros, por obra da admiração desmedida ou da ignorância, pode levar o país a um ciclo interminável de impunidade.

E você, o que pensa sobre a proposta de anistia para golpistas? Sua opinião importa—deixe seu comentário e participe desse debate crucial para o futuro do nosso país.

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