20 agosto, 2025
quarta-feira, 20 agosto, 2025

Anos após Tubarão, cientistas dão fim à fama de peixe devorador

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Tubarão-branco não costuma atacar humanos

O verão de 1975 ficou marcado pelo impacto de “Tubarão”, o filme icônico de Steven Spielberg. Com um enredo que deslumbrou e aterrorizou, a história de um grande tubarão branco que assombra uma praia paradisíaca solidificou o medo do desconhecido nas profundezas do mar. O truque do filme não estava apenas na aparição do tubarão, que raramente era visto, mas na tensão que se acumulava, reflexo de um temor inato que assola a imaginação humana.

Naquela época, o conhecimento científico sobre os tubarões era limitado, permitindo que se criasse um mito de criaturas assassinas e insaciáveis. Embora tenha semeado um pânico geral sobre a segurança nas águas, “Tubarão” também gerou um intenso interesse acadêmico, inspirando pesquisadores, como eu, a explorar a vida fascinante e secreta desses animais. Minha pesquisa atual centrada na evolução e desenvolvimento dos tubarões revela muito mais do que a fama negativa que lhes foi atribuída.

Um dos aspectos mais intrigantes do tubarão é suas mandíbulas e dentes, elementos que são, ao mesmo tempo, icônicos e fascinantes. Durante sua vida, os tubarões são capazes de substituir seus dentes incessantemente, um processo vital para manter a eficácia de suas mordidas. A velocidade com que renovam suas fileiras dentárias, dependendo da espécie, pode variar muito, com tubarões-lixa trocando seus dentes em menos de três meses, enquanto tubarões-brancos podem demorar até 250 dias para fazer o mesmo.

Curiosamente, a estrutura dos dentes dos tubarões é semelhante à dos humanos, originando-se de células e genes semelhantes. Isso abre um novo campo de possibilidades na odontologia, onde o estudo dos tubarões pode levar à inovação no reparo dental humano. Afinal, a habilidade contínua dos tubarões em cultivar novos dentes poderia ser a chave para desenvolver métodos de regeneração em nossos próprios sorrisos.

Tubarões e seus parentes, como as raias e quimeras, são relíquias que habitam os oceanos há mais de 400 milhões de anos, muito antes da chegada dos humanos. Esses seres extraordinários possuem superpoderes que só agora começam a ser compreendidos. Com capacidade para detectar campos elétricos fracos e uma pele que proporciona hidrodinâmica aprimorada, os tubarões estão, na verdade, em um nível evolutivo sofisticado que poderia inspirar tecnologias inovadoras, como soluções aerodinâmicas para veículos.

Mesmo os tubarões biofluorescentes, que emitem luz em diferentes comprimentos de onda, abrem espaço para a comunicação visual em seu habitat profundo. As descobertas sobre essa magnífica biodiversidade continuam a trazer à tona um mistério que, por sua vez, incentiva a conservação e a pesquisa necessária para entender a complexidade da vida marinha.

Apesar de sua resiliência na história evolutiva, os tubarões enfrentam uma era de desafios provocados por ações humanas. Sua maturidade sexual tardia e crescimento lento fazem com que suas populações sejam extremamente vulneráveis. A caça e a pesca predatória impactaram gravemente espécies como o tubarão branco, que agora goza de proteções internacionais, mas ainda luta para recuperar seus números na Europa e Mediterrâneo.

Contrariando a fama de predadores sedentos de sangue que “Tubarão” perpetuou, a realidade é que as interações entre humanos e tubarões são raras e, na maioria das vezes, pacíficas. É um mito que eles tenham um gosto por carne humana; na verdade, os tubarões curiosamente exploram o desconhecido, confundindo surfistas com presas naturais. Dessa forma, é fundamental dissociar os temores irracionais da ficção da realidade biológica.

Com mais de 500 espécies diferentes de tubarões, cada uma desempenhando um papel vital nos ecossistemas oceânicos, a verdade é que precisamos urgentemente de esforços de conservação para garantir a sobrevivência desses magníficos guardiões do mar. O que você pensa sobre a relação entre humanos e tubarões? Compartilhe sua opinião e junte-se ao conversação sobre a proteção de nosso oceano!

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