21 outubro, 2025
terça-feira, 21 outubro, 2025

Após 200 anos, araras-canindés voltam aos céus do Rio de Janeiro

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Araras estão em um viveiro adaptado na Floresta Nacional da Tijuca. (Imagem: Flavia Zagury / Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)

Após mais de 200 anos fora dos céus do Rio de Janeiro, as araras-canindés estão prestes a realizar um emocionante retorno. Resgatadas de condições de maus-tratos, essas aves têm passado por um processo de reabilitação desde junho, sob os cuidados da Refauna, uma ONG dedicada à reintrodução de animais à floresta.

Esta jornada conta com o apoio do Instituto Chico Mendes e vários parceiros, simbolizando um avanço significativo na restauração ecológica da Mata Atlântica. O grupo é formado por um macho e duas fêmeas, que foram trazidos do Parque Três Pescadores, em Aparecida, São Paulo, onde estavam no Refúgio das Aves, um centro específico para a reabilitação de espécies silvestres.

Agora, as araras-canindés estão sendo preparadas no Parque Nacional da Tijuca, localizado na Zona Norte do Rio. Elas habitam um recinto especialmente construído, onde passam por treinamentos adaptativos focados na recuperação de seus instintos naturais. Essa parte crucial da reabilitação inclui o contato com alimentos nativos e o estímulo ao voo, preparando-as para seu ambiente original.

O último registro dessas aves em liberdade na cidade foi feito em 1818 pelo naturalista Johann Natterer, e sua extinção teve um profundo impacto na biodiversidade do nosso ecossistema. Marcelo Rheingantz, biólogo da UFRJ e Diretor Executivo da Refauna, enfatiza a relevância desse esforço: “Estamos restaurando funções ecológicas e reintroduzindo sons que há muito tempo faltam ao nosso ambiente.”

Além de sua beleza, as araras-canindés desempenham uma função ecológica vital: a dispersão de sementes. Ao se alimentarem de frutas e transportá-las para diferentes locais, elas impulsionam o crescimento de novas plantas, contribuindo para a regeneração da floresta. A Refauna planeja reintroduzir cinquenta araras na natureza nos próximos seis anos, e a primeira soltura está programada para dezembro.

Enquanto isso, a equipe se dedica a garantir que essas aves estejam bem alimentadas e preparadas para um retorno seguro à vida selvagem. Convidamos você a acompanhar essa emocionante reintrodução e a refletir sobre a importância da preservação da nossa biodiversidade. Quais são suas expectativas para o retorno dessas magníficas aves? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas ideias!

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