Após uma década de tentativas e negociações, a Indonésia e a União Europeia (UE) finalmente selaram um acordo de livre comércio, conhecido como Acordo de Associação Econômica Integral (CEPA). Assinado pelo comissário do Comércio da UE, Maros Sefcovic, e pelo ministro da Economia da Indonésia, Airlangga Hartarto, o pacto não apenas marca um novo capítulo nas relações comerciais entre as partes, mas também reflete a urgência imposta pelo cenário global atual, especialmente após o aumento das tarifas dos EUA.
Com este acordo, a essência do comércio internacional aberto é reafirmada. Sefcovic ressaltou que os exportadores da UE poderão economizar cerca de 600 milhões de euros anualmente em tarifas, facilitando o acesso dos produtos europeus ao mercado indonésio. Para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, isso se traduz em mais opções e preços acessíveis para os consumidores da Indonésia.
A jornada até aqui não foi fácil. Desde o início das negociações em 2016, a Indonésia enfrentou desafios significativos, como questões relacionadas ao óleo de palma e ao desmatamento, que travaram as conversas. No entanto, a política tarifária do ex-presidente americano Donald Trump trouxe uma nova urgência, forçando ambos os lados a buscar um caminho para a colaboração. Como destacou Deni Friawan, pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, a necessidade de um pacto estava clara.
O ministro indonésio não deixou de enfatizar que a incerteza provocada por uma “guerra tarifária e o protecionismo” levou as partes a reconhecerem a importância de um acordo bilateral que promova a estabilidade. Agora, o desafio se volta para a ratificação do acordo pelos membros do bloco da UE e pelos Parlamentos da Indonésia, com expectativa de que o pacto entre em vigor em 2027.
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