O cenário comercial entre Brasil e Estados Unidos se complicou consideravelmente. Em agosto, o saldo negativo da balança comercial atingiu impressionantes 1,23 bilhão de dólares, o maior número de 2025 até o momento. O impacto das tarifas punitivas, impostas pelo presidente Donald Trump e que podem ser consideradas um tarifaço, afetou diretamente produtos essenciais como açúcar e carne bovina fresca, que reportaram quedas drásticas de 88,4% e 46,2%, respectivamente.
Desde 6 de agosto, as tarifas aduaneiras de até 50% foram aplicadas a diversos produtos brasileiros sob a justificativa de uma suposta “caça às bruxas” em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Com dados oficiais revelados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras para os EUA caíram 18,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, somando apenas 2,76 bilhões de dólares.
Essa situação insustentável se arrasta há 16 anos, com o Brasil mantendo um déficit comercial ininterrupto com os americanos. As tarifas altas levaram à redução da demanda, resultado que, segundo Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatísticas do MDIC, é um fator preponderante. Ele também observou que, mesmo produtos isentos de tarifas sofreram uma queda nas exportações, em parte devido à incerteza que antecedeu o aumento dos encargos.
Trump anunciou suas medidas onerosas em 9 de julho e, em apenas três semanas, divulgou uma lista de quase 700 produtos que escalaram à lista de isenção. Apesar destas adversidades, o Brasil conseguiu um crescimento total de 3,9% nas exportações, concentrando-se em mercados mais favoráveis, como China, Argentina e México.
Enquanto isso, no cenário político, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que o tribunal não se deixará influenciar por “pressões externas” ao deliberar sobre a culpabilidade de Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022, um fator que contribui ainda mais para a incerteza nas relações comerciais.
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