2 novembro, 2025
domingo, 2 novembro, 2025

Ar de 6 milhões de anos é encontrado em gelo da Antártida

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Uma equipe de cientistas acaba de fazer uma descoberta extraordinária nas profundezas da Antártida: o ar mais antigo já medido na Terra, aprisionado em camadas de gelo com aproximadamente 6 milhões de anos. Esse material, resgatado de perfurações na região de Allan Hills, é considerado o registro climático mais antigo obtido até hoje através de datação direta.

Sob a liderança da glaciologista Sarah Shackleton, do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, a equipe realizou escavações em pontos estratégicos, a profundidades que variam entre 150 e 206 metros. As amostras revelaram bolhas microscópicas de ar, verdadeiras cápsulas do tempo que guardam segredos sobre a atmosfera e o clima da Terra em épocas remotas.

Allan Hills se destaca como um local ideal para a preservação desses registros climáticos. As duras condições do ambiente, marcadas por ventos intensos e temperaturas extremamente baixas, impedem o acúmulo de neve e mantêm o gelo praticamente intacto por milhões de anos. Embora ainda não se tenha uma explicação definitiva, acredita-se que essa combinação de fatores seja a chave para a conservação do gelo por tanto tempo.

O estudo, publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências em 28 de outubro, foi realizado pelo projeto COLDEX, da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. Utilizando um modelo de datação por isótopos de argônio, os cientistas foram capazes de determinar a idade exata do gelo sem precisar recorrer a comparações externas.

foto do O núcleo de gelo que revelou ar aprisionado há 6 milhões de anos. Metrópoles
O núcleo de gelo que revelou ar aprisionado há 6 milhões de anos

As análises realizadas indicam que a camada mais profunda do gelo se formou cerca de 6 milhões de anos, no final do período Mioceno, enquanto outras amostras revelam dados do Plioceno, com idades entre 5,3 e 2,6 milhões de anos. Esses registros oferecem uma oportunidade única para observar a evolução do clima ao longo do tempo.

Essa pesquisa é um divisor de águas, pois os dados sugerem que a Antártida era cerca de 12 °C mais quente do que hoje, e o resfriamento atual foi gradual, não abrupto. Compreender essas variações naturais de temperatura é crucial para nos ajudar a analisar as mudanças climáticas ocasionadas pela atividade humana.

Além disso, as amostras armazenam informações sobre a composição da atmosfera da época, revelando quais gases de efeito estufa estavam presentes e em quais concentrações. Esses dados se tornam vitais para entendermos as dinâmicas climáticas durante períodos de aquecimento global, semelhantes à situação atual do nosso planeta.

Os pesquisadores planejam novas expedições a Allan Hills entre 2026 e 2031, vislumbrando perfurações em camadas ainda mais profundas para resgatar registros que podem nos contar mais sobre a história climática da Terra. A ciência avança e nos brinda com novos conhecimentos que podem moldar nosso entendimento sobre o futuro do clima. O que você acha dessa descoberta? Compartilhe sua opinião!

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