A rotina tranquila de uma clínica médica em Asa Norte foi abruptamente transformada em um cenário de terror na tarde de quinta-feira (23/10). Uma secretária, inocente em seu trabalho diário, atendeu uma ligação que rapidamente se tornou um pesadelo. O homem do outro lado da linha se apresentava como membro da facção criminosa Comando Vermelho (CV), e sua calma inicial foi rapidamente substituída por ameaças e intimidações.
Com detalhes impressionantes sobre o prédio e a clínica, o golpista revelava um conhecimento que deixava qualquer um apavorado. Ele mencionou o nome do edifício, os números das salas e até a posição das câmeras de segurança. “Se desligar, eu te mato, tá? Estamos armados em assalto”, soava a voz ameaçadora, fazendo a funcionária sentir-se completamente impotente.
O homem começou seu ataque se passando por um cliente, pedindo para falar com a proprietária. Mas, ao descobrir que ela não estava, tornou-se cada vez mais agressivo. Exigiu que a secretária abrisse o aplicativo bancário e fosse até o saldo da conta. Quando ela disse que só tinha R$ 100 e sem cartões de crédito, a raiva do criminoso explodiu, acompanhada de xingamentos e exigências por mais informações: “Tu quer morrer, praga? Pega essa vadia pelo cabelo e arrebenta a cara dela”, gritou ele, revelando a verdadeira natureza brutal por trás da ligação.
A simulação da presença de comparsas na porta da clínica e a insistência para a realização de uma transferência de R$ 10 mil via Pix intensificaram ainda mais o clima de pânico. Investigadores da Polícia Civil explicam que esse tipo de golpe de extorsão é cada vez mais comum, onde criminosos utilizam informações acessíveis ao público para manipular suas vítimas, ameaçando-as com o nome de facções conhecidas.
O uso do nome Comando Vermelho é uma tática deliberada. “Eles falam com convicção, usam gírias e tentam causar pânico. O objetivo é conseguir dinheiro rápido antes que a vítima perceba a farsa”, esclarece um dos investigadores. Infelizmente, clínicas e consultórios tornaram-se os alvos preferenciais desses golpes, com mais de 10 ocorrências similares registradas ao longo do último ano na capital.
A Polícia Civil recomenda que, diante de situações como essa, as vítimas devem agir imediatamente: desligar a ligação, não fornecer informações financeiras e registrar um boletim de ocorrência. Gravações e prints podem ser fundamentais para as investigações. É essencial também comunicar à administração do prédio e aos colegas sobre qualquer abordagem suspeita.
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