Na obra marcante de Barbara W. Tuchman, “A Marcha da Insensatez”, lançada em 1984, a historiadora americana oferece uma reflexão profunda sobre como líderes e governos podem se perder em decisões que vão contra seus próprios interesses. Hoje, essa lógica parece mais pertinente do que nunca ao observarmos os desdobramentos da insensatez bolsonarista.
O que se promete para hoje é mais do que uma manifestação; é uma nova etapa dessa marcha que, sob o pretexto de apoiar as sanções do governo Trump contra Alexandre de Moraes, busca culpar Lula pelo aumento nas tarifas dos produtos brasileiros nos Estados Unidos. Em meio a isso, tenta-se também expressar uma solidariedade a Bolsonaro, agora inelegível e com tornozeleira eletrônica.
Minhas apostas, nesse cenário, indicam que não veremos grandes multidões se reunindo, nem mesmo na emblemática Avenida Paulista, onde a extrema-direita já teve seu pulso forte. Afinal, Bolsonaro enfrenta restrições impostas pela justiça, o que limita sua presença nos atos aos sábados e domingos, e o mantém em casa das 19h às 7h nos demais dias.
Para complicar ainda mais, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e, de certa forma, refém da figura bolsonarista, decidiu se ausentar da manifestação. Seu motivo? Um procedimento médico agendado no Hospital Alberto Einstein, que, embora simples, poderia ter sido remarcado, se não fosse mais um “conflito de agendas”.
Em um desenrolar semelhante, Michelle Bolsonaro, a ex-primeira-dama, que era esperada para representar seu marido, voou para o Pará em compromissos com mulheres do PL, também evidenciando um peculiar “conflito de agendas”. Os governadores bolsonaristas, por sua vez, continuam sem confirmar presença em seus próprios estados.
As únicas estrelas confirmadas na Avenida Paulista são os deputados da ala do PL, Sóstenes Cavalcante e Nikolas Ferreira, acompanhados do polêmico pastor Silas Malafaia, organizador do ato. À distância, Eduardo, o apadrinhado do tarifaço, observa esperançoso, torcendo para que o evento resulte em algo relevante.
Diante de tantos desencontros e desilusões, minha pergunta ressoa: quem ainda se dispõe a apostar suas fichas em Bolsonaro? Aqueles que não possuem votos suficientes sequer para se reeleger. A marcha continua, mas a sanção da insensatez pode se tornar um fardo pesado demais para todos os envolvidos.
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