Em uma ação que busca transformar a dor em esperança, a Bahia se une à Campanha Nacional de Busca por Pessoas Desaparecidas, organizada pelo Ministério da Justiça. De 5 a 8 de agosto, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) está mobilizado para coletar amostras de DNA de familiares, facilitando a identificação de entes queridos que estão desaparecidos.
O objetivo é claro: ampliar a base de dados nacional através da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Segundo o perito Luis Rogério, a coleta é simples e indolor. Usando apenas um cotonete, os perfis genéticos dos familiares são inseridos em um banco que já contém amostras de restos mortais e pessoas vivas sem identificação. “Esses dados são fundamentais para reescrever histórias e trazer respostas a famílias que vivem em dúvida”, destaca Luis.
Em Salvador, a campanha ocorre na sede do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), localizada na Avenida Centenário. Além da coleta de DNA, os familiares têm a oportunidade de registrar boletins de ocorrência, tudo em um único espaço. Uma unidade móvel da Polícia Civil também está disponível, proporcionando um atendimento mais acessível e integrado.
Embora a estrutura completa da campanha em Salvador se estenda apenas até o dia 8, as coletas de DNA continuarão após essa data. “Os familiares podem vir a qualquer momento, desde que apresentem o boletim de ocorrência do desaparecimento”, informa o perito. É um lembrete de que a busca por respostas não termina com a campanha; é um esforço contínuo e esperançoso.
No estado, 32 unidades regionais do DPT estão preparadas para atender as famílias. A necessidade de um boletim de ocorrência é crucial para iniciar o processo. “Sem o boletim, não conseguimos prosseguir. Na capital, a unidade móvel facilitará essa etapa, enquanto no interior, as pessoas devem ir à delegacia”, explica Luis Rogério.
Neste banco de perfis genéticos, a Bahia já possui 720 amostras, resultando na identificação de 12 desaparecidos, incluindo casos que se arrastaram por mais de duas décadas. “Sem esse serviço, muitos casos ainda estariam sem solução, deixando famílias em um sofrimento sem fim”, relata o perito.
Campanhas anteriores demonstraram a eficácia desse trabalho: na semana inaugural de uma das coletas passadas, três desaparecidos foram identificados. Esses dados compõem um sistema nacional que possibilita o cruzamento de informações, crucial para conectar famílias e seus entes desaparecidos.
“Apesar da coleta de DNA ser feita durante todo o ano, iniciativas como essa são vitais para alcançar aqueles que ainda não tiveram a chance de participar”, afirma Alessandro dos Santos Carvalho, administrador do Banco de Perfis Genéticos da Bahia. O esforço conjunto de diversas coordenadorias do DPT ao longo do estado confirma que cada vida tem valor e cada história merece um final.
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