26 agosto, 2025
terça-feira, 26 agosto, 2025

Bahia tem aumento de mulheres sem filhos ao fim da vida fértil; educação é principal fator associado à queda da fecundidade

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Escola e mães na Bahia

A Bahia está vivenciando uma transformação significativa em seus padrões de fecundidade. Em 2022, a taxa média foi de apenas 1,55 filhos por mulher, uma marca alarmantemente baixa, que se iguala à média nacional e fica bem abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos. Os dados do Censo Demográfico 2022, do IBGE, revelam não apenas esta queda, mas também um fenômeno interessante: o aumento das mulheres que, ao final de sua vida fértil, não têm filhos.

Atualizando as estatísticas, 15,8% das baianas entre 50 e 59 anos são mães – o que representa cerca de 135,4 mil mulheres. Isso é quase o dobro dos 10,9% registrados em 2010. Essa mudança dramática, que representa um aumento de quase 100% em doze anos, não é meramente um dado frio; ela reflete a transformação social em curso, em que a educação desempenha um papel vital.

O nível de instrução tem um impacto claro sobre a fecundidade. As mulheres baianas com ensino superior completo têm uma média de apenas 1,13 filho, enquanto aquelas sem educação formal ou com educação básica apresentam uma taxa de 1,97. Embora nenhuma das taxas atinja o nível de reposição, a disparidade de 60% entre esses grupos é um indicativo das novas priorizações na vida feminina.

Além disso, o adiamento da maternidade se torna evidente. Mulheres com ensino superior têm, em média, seu primeiro filho aos 30,7 anos, enquanto as com menor escolaridade têm essa experiência cerca de quatro anos mais cedo, aos 26,8 anos. Esse adiamento, que se reflete em todas as faixas etárias, é especialmente notável entre as mulheres menos instruídas, cuja idade média para o primeiro filho aumentou em 1,2 anos desde 2010.

O movimento da idade média da maternidade também é revelador: passou de 26,6 anos em 2010 para 27,9 anos em 2022. Embora isso coloque a Bahia na 12ª posição entre os estados brasileiros, a média ainda é ligeiramente inferior à nacional, que é de 28,1 anos. Esse cenário mostra que o adiamento da maternidade, tão presente em todo o Brasil, não é uma questão isolada.

Essas mudanças nas taxas de fecundidade e na idade das mães são reflexos de transformações sociais mais amplas. Maior participação feminina no mercado de trabalho, acesso ampliado à educação e métodos contraceptivos eficazes estão moldando novos futuros, onde as mulheres redefinem seus projetos de vida.

Apesar de estar entre os estados com a décima menor taxa de fecundidade do país, a Bahia ainda apresenta números superiores aos das mega cidades do Sudeste. Com taxas de fecundidade como 1,35 no Rio de Janeiro e 1,39 em São Paulo, é claro que a localização geográfica e as condições sociais estão intrinsecamente ligadas às decisões reprodutivas.

Que outras mudanças você percebe em sua comunidade em relação à maternidade e à educação feminina? Compartilhe suas ideias e experiências nos comentários!

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