PERIGOS
De classificações etárias em apps a abuso digital, saiba como controlar o tempo de tela e a segurança das crianças


Agora aplicativos têm classificação indicativa –
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À medida que crianças e adolescentes mergulham cada vez mais cedo no mundo digital, a preocupação com a segurança e o bem-estar psicológico se torna urgente. A exposição constante às telas pode resultar em perigos como manipulação, cyberbullying e até abuso. Um recente caso de destaque foi a prisão do youtuber João Paulo Manuel, conhecido como Capitão Hunter, investigado por exploração sexual infantil através de suas redes sociais. Este episódio reforça os riscos que os pais precisam estar cientes.
Diante dessa realidade, a proteção dos pequenos vai além da introdução de novas classificações indicativas em aplicativos. É fundamental que os pais monitorem as atividades online e compreendam os impactos psicológicos que o uso excessivo de dispositivos pode ter. Para ajudar, a psicologia aponta cinco riscos digitais comuns e estratégias práticas que os responsáveis podem adotar.
Caso de abuso digital
O youtuber João Paulo Manuel, de 45 anos, absorveu a atenção pública quando foi preso, acusado de explorar sexualmente crianças por meio do seu canal, que era voltado ao mundo infantil. Conhecido por seu conteúdo sobre “Pokémon”, sua detenção, realizada pelas Polícias Civis do Rio de Janeiro e São Paulo, destacou a urgente necessidade de vigilância parental.

Youtuber infantil, João Paulo Manuel, é preso suspeito de importunação sexual | Foto: Reprodução | Redes Sociais
O inquérito, aberto na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) do Rio de Janeiro, leva à reflexão sobre os cuidados que precisamos ter com os conteúdos consumidos por nossos filhos.
Classificação indicativa nos aplicativos
Recentemente, para criar uma rede de proteção mais robusta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou uma portaria que estende as classificações etárias para aplicativos, algo que antes se aplicava apenas a filmes, séries e jogos. As novas classificações incluem:
- Livre para todos os públicos;
- Não recomendado para menores de 6 anos;
- Não recomendado para menores de 10 anos;
- Não recomendado para menores de 12 anos;
- Não recomendado para menores de 14 anos;
- Não recomendado para menores de 16 anos;
- Não recomendado para menores de 18 anos.
Esta nova classificação já está disponível na Play Store e na App Store, permitindo que os pais fiquem mais atentos ao que seus filhos estão acessando.

Agora aplicativos têm classificação indicativa | Foto: Reprodução | Agência Brasil
O impacto das mídias digitais na saúde mental das crianças não pode ser subestimado. Com acesso cada vez mais cedo a dispositivos, as crianças expostas a longos períodos diante das telas desenvolvem algumas características preocupantes. A psicóloga Camila Gonzales alertou que esse tempo excessivo pode levar à irritabilidade e a uma resistência reduzida à frustração.
Além disso, os “estímulos rápidos e as recompensas frequentes” dificultam que as crianças lidem com o tédio e atividades mais complexas. Outras consequências da alta exposição a telas incluem:
- Ansiedade;
- Alterações de humor;
- Comparações sociais;
- Cyberbullying;
- Sensação de exclusão digital.
O desenvolvimento social também é afetado, pois o excesso de tempo de tela diminui as interações sociais, prejudicando habilidades essenciais como empatia e comunicação.
Camila enfatiza a importância da classificação indicativa nos aplicativos, pois muitos pais desconhecem se um determinado aplicativo é adequado para a idade de seus filhos. Para melhorar a situação, é vital que os responsáveis mantenham um bom relacionamento com as crianças, estabelecendo regras claras e monitorando o uso de dispositivos de acordo com as fases de desenvolvimento.
Criar momentos de lazer em família, além de fomentar práticas esportivas, também é essencial para oferecer um equilíbrio saudável. O que você acha sobre essa questão? Compartilhe sua opinião nos comentários e contribua para esse importante debate!