
O fenômeno da adultização infantil e a crescente monetização do universo digital têm levantado preocupações profundas sobre o futuro das crianças. Recentemente, o influenciador Felca trouxe à tona um debate crucial, revelando os riscos que acompanham essa tendência. Nessa nova era digital, o sucesso online se tornou tão tentador que muitos começam a enxergar a educação formal como um mero obstáculo a ser superado.
Dados da Influency.me revelam que 39% dos dois milhões de influenciadores no Brasil estão na faixa etária de 13 a 24 anos, gerando um ambiente onde os valores se invertem. Especialistas alertam sobre os perigos dessa visão distorcida, enquanto pais redobram a vigilância sobre como proporcionar um futuro pleno aos seus filhos sem sacrificar sua inocência infantil.
Ana Naiara de Góes, professora especialista em docência, ressalta a necessidade de um equilíbrio saudável entre tecnologia e educação. Ela destaca que afirmações como “a escola não prepara para a vida” têm se disseminado amplamente e podem impactar negativamente o desenvolvimento crítico das crianças.
Para Tamires Moreno, mãe de Kayan, de 10 anos, e Marcello, de 4, essa mentalidade é extremamente prejudicial. Além de comprometer o futuro profissional das crianças, ela também ameaça a formação crítica e social de toda uma geração. Tamires enfatiza que, embora a monetização online possa ser uma oportunidade, ela jamais deve substituir o aprendizado que proporciona uma base sólida para a vida.
Os filhos de Tamires têm uma rotina estruturada, focando em estudos e esportes, enquanto a utilização de telas é restrita a momentos específicos nos finais de semana. Kayan, por exemplo, é um modelo mirim e já possui uma considerável base de seguidores. Contudo, ele se divertindo com seu irmão e amigos, ressaltando a importância de viver a infância.
Outra história inspiradora é a de Rillary Castro Oliveira, uma jovem com uma trajetória online desde 2017. Com mais de 10 mil seguidores, ela usa suas plataformas para promover empoderamento e até engajamento social, como demonstrado por seu projeto sobre uma praça abandonada que resultou em sua reforma. Rillary ensina a importância de evitar a exposição excessiva e de ouvir os conselhos dos pais, destacando a fragilidade do conteúdo gerado na internet.
O psiquiatra José Péricles Magalhães Vasconcelos Filho alerta que a adultização precoce pode causar sobrecargas emocionais, ansiedade e distúrbios sociais. Ele acredita que as crianças devem ser protegidas das demandas incompatíveis com sua idade. Paulino Ribeiro, pai da Dudinha, participa da produção de conteúdos online, mas mantém uma visão clara de que a educação deve sempre vir em primeiro lugar.
Com a recente implementação da Lei 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas, o Ministério da Educação busca combater essa adultização. O ministro Camilo Santana aponta que a regulamentação de plataformas digitais é essencial, ressaltando que os perigos enfrentados pelas crianças frequentemente ocorrem dentro de suas casas.
O apelo é claro: precisamos manter a leveza da infância, onde o aprendizado, a brincadeira e a convivência familiar são prioridade. Como pais e educadores, devemos ser os exemplos que nossas crianças precisam. Vamos juntos refletir sobre como podemos fazer isso? Compartilhe sua opinião nos comentários!