15 agosto, 2025
sexta-feira, 15 agosto, 2025

Amor que une: mãe e filha lésbica sobem ao ‘altar’ no mesmo dia

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(esq.) Sandro, Celidalva, Janice e Angélica oficializaram a união civil no mesmo dia

No dia 19 de abril de 2018, um momento histórico se desenrolou no Cartório do 6º Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais, em Salvador. Celidalva Oliveira, de 49 anos, e sua filha, Janice Oliveira, de 27 anos, selaram mais do que uniões civis; elas selaram a forte conexão de amor e aceitação que as une. Com suas respectivas companhias, Sandro e Angélica, mãe e filha comemoraram em conjunto, reafirmando laços familiares que vão muito além do tradicional.

Para Janice, a jornada até esse dia não foi fácil. Ela se assumiu lésbica aos 18 anos, após um relacionamento complicado com um homem. A busca por autoaceitação tornou-se mais simples com o apoio incondicional da mãe. “Quando contei a ela que gostava de uma mulher, levei um susto, mas o amor materno sempre falou mais alto”, relembra Janice, emocionada.

O convite para que elas se casassem no mesmo dia partiu de Celidalva. “Foi uma surpresa maravilhosa. A ansiedade de planejar tudo juntas e viver aquele momento único foi incrível”, comemora a joven, que já havia compartilhado 14 anos de amor e cumplicidade ao lado de Angélica. Apesar do fim do casamento, as duas permanecem amigas e se apoiam mutuamente.

Celidalva, por sua vez, revela que seu maior medo ao saber da orientação sexual da filha era o preconceito externo. “Apoiei a decisão dela e, ao vê-la feliz no altar, meu coração transbordou. É uma alegria inestimável ver minha filha realizar seus sonhos”, declara com orgulho.

A relação entre Janice e Angélica, marcada por cumplicidade e amor, enfrentou os desafios impostos por uma sociedade conservadora. Janice rememora os olhares e comentários hostis que foram constantes em sua trajetória. “Dizer que somos felizes juntas era a nossa maior rebeldia. O preconceito está presente, mas não deixamos que isso nos diminua”, afirma.

Hoje, aos 34 anos, Janice está aberta a novas experiências e sonha em se casar novamente, com a esperança de criar uma família no futuro. “No Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, o que desejo é simplesmente ser quem sou, viver meu amor sem medo e ser respeitada por isso”, conclui.

Triste, no entanto, é a realidade que envolve a comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil. Segundo dados do Observatório do Grupo Gay da Bahia, o país lidera o número de mortes violentas dessa população, com um aumento de 13,2% em 2024. Ao todo, 291 vidas foram perdidas, somando um triste retrato da intolerância que ainda persiste.

Assim, ao celebrarmos o amor de Celidalva e Janice, é fundamental refletir sobre a luta constante por direitos e respeito. Você também acredita que é possível construir um futuro mais inclusivo e acolhedor? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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