22 setembro, 2025
segunda-feira, 22 setembro, 2025

Artista comemora aniversário em cemitério e inaugura o próprio túmulo

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ANIVERSÁRIO INUSITADO

Aos 82 anos, artista diz estar preparado para morrer; “Vou quando Deus me chamar”, diz ele

Redação
No coração árido do Sertão de Alagoas, um homem de alma inquieta celebra a vida de uma forma inusitada. Beto de Meirus, o seleiro mais antigo da região, completou 82 anos inaugurando sua própria sepultura, transformando um momento que poderia ser sombrio em uma verdadeira festa da arte e da memória. Com um sorriso no rosto, ele convida a todos para seu enterro, demonstrando que a vida não se resume a um fim, mas a um ciclo repleto de amor e histórias para contar.

A lápide, esculpida com suas próprias mãos calejadas, repousa silenciosamente no cemitério de Pão de Açúcar. Com seu nome gravado, e um espaço em branco aguardando o dia em que Deus decidirá chamá-lo, Beto afirma: “Vou quando Deus me chamar”. Ele não é apenas um artesão, mas um verdadeiro poeta cordelista, escultor da alma sertaneja e um trovador que embala suas noites com versos e canções.

No dia 7 de abril, o cemitério se transformou em um vibrante palco, onde bolo, abraços e versos celebravam a vida de Beto. Amigos, família e curiosos se reuniram para homenagear o homem que elevou seu descanso eterno a uma verdadeira obra-prima da vida. O som do bacamarte ecoou, lembrando a todos que, mesmo pensando na morte, a vida é motivo de celebração.

Beto, conhecido como “Escravo do Amor”, carrega um legado que vai além de seu trabalho com couro. Ele é um poeta que borda a vida com cordéis repletos de emoção, e seu túmulo é um relicário que narra sua história: fotos dos filhos, esculturas de seus pais e folhetos de poesias que ecoam a essência de sua cultura. Pai de 11 filhos e trisavô, suas palavras carregam uma saudade que ressoa em cada verso que recita.

Refletindo sobre suas experiências, Beto desabafa: “Fui tão romântico, amei intensamente, mas hoje estou sem um amor”. Este homem de coração generoso busca o reconhecimento que merece, enquanto compartilha sua visão de que a vida e a morte são partes de um mesmo espetáculo. Durante a celebração, ele provocou risos e aplausos, afirmando: “Quem quiser vir, já está convidado”.

Assim, Beto de Meirus não é apenas um artista, mas um verdadeiro contador de histórias que, em meio a risos e lágrimas, nos ensina a abraçar a vida em toda sua plenitude. Que tal refletir sobre suas próprias celebrações e compartilhar um momento inesquecível com aqueles que ama? Deixe seu comentário e vamos juntos celebrar a vida!

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