24 outubro, 2025
sexta-feira, 24 outubro, 2025

Corrida fatal: atropelamentos de corredores aceleram medidas em Salvador

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Leilane Teixeira

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Três corredores vítimas de atropelamentos em Salvador: um alerta para a segurança nas ruas

Nos últimos dois meses, Salvador se tornou o cenário tragicômico de um drama. Três corredores, com histórias distintas, se tornaram vítimas de situações semelhantes, sendo atropelados enquanto praticavam o que mais amam: correr. Um deles, Emerson Pinheiro, de 29 anos, perdeu uma perna. Marta Maria dos Santos, de 60 anos, não sobreviveu. Edmilson Ferreira da Silva, de 45, está internado. Esses episódios não são apenas números; são vidas interrompidas em nome da imprecisão e descaso nas ruas da capital baiana.

Entre agosto e outubro deste ano, a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) registrou 43 mortes e 332 feridos em atropelamentos. Mesmo sem um relatório detalhado sobre a relação entre corredores e acidentes, a frequência alarmante de casos traz à tona um sentimento de insegurança crescente entre os atletas. “Faço parte de sete grupos de WhatsApp com mais de 3 mil corredores e todos se sentem inseguros. Não existe lugar seguro para treinar em Salvador”, lamenta Alan Nunes, organizador do SSAqueCorre.

A cidade, que testemunha um aumento na busca por qualidade de vida através da atividade física, também se vê invadida por uma onda de desrespeito no trânsito. Alan relata que em algumas áreas, como o CAB, os veículos passam em alta velocidade, e na orla, a falta de respeito entre motoristas e praticantes de atividades físicas cria um cenário caótico. Um aumento de 40% nas infrações relacionadas à Lei Seca impossibilita que os corredores se sintam seguros.

Diante dessa realidade angustiante, a Transalvador se reuniu com representantes de grupos de corrida para discutir ações que visem minimizar os riscos. A proposta inclui mapear áreas seguras, reforçar sinalizações e intensificar a fiscalização. O superintendente Marcus Passos expressou a urgência em coletar sugestões que possam conduzir a medidas efetivas. “Queremos criar um ambiente que seja realmente seguro para treinar, em pontos que, embora já tenham sinalização, ainda correm o risco de fatalidades”, acrescenta.

“Mesmo criando espaços seguros, se o condutor não tiver consciência, continuaremos tendo vítimas. A responsabilidade maior está na postura do motorista, que precisa respeitar as regras de trânsito.”

Além das reuniões, a autarquia anunciou um plano para divulgar orientações que visem proteção aos corredores, como evitar o uso de fones de ouvido e correr no sentido contrário ao fluxo dos veículos. Alan Nunes sugere também a colaboração com aplicativos de navegação para avisar motoristas sobre áreas com alta concentração de corredores.

Uma solução legislativa está sendo articulada. O deputado Jordavio Ramos (PSDB) apresentou um projeto de lei que propõe a criação da Zona de Proteção à Vida Ativa (ZPVA), com regras como a redução da velocidade máxima em horários de maior movimento esportivo e instalação de sinalizações específicas.

Os casos emblemáticos de Edmilson, Marta e Emerson precisam ser lembrados. Edmilson foi atropelado em 18 de outubro e está internado; Marta, que havia sido atingida por um motorista sem habilitação, não resistiu; e Emerson, atropelado na orla, teve sua vida mudada para sempre após um ato irresponsável. Esses relatos alertam sobre a urgência em transformar a segurança nas vias em uma prioridade.

A mudança começa agora. Queremos saber sua opinião: o que você acha que pode ser feito para tornar as ruas mais seguras para corredores e pedestres? Comente abaixo e nos ajude a levantar essa discussão vital.

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