Da várzea à Seleção: como Juba se tornou destaque no Bahia e no Brasil

Luciano Juba pelo Bahia – Foto: Rafael Rodrigues I EC Bahia

Já parou para pensar na magnitude das transformações que podem ocorrer em apenas seis anos? Em 2019, Luciano Juba, um jovem jogando futebol de várzea em Pernambuco, mal poderia imaginar que chegaria ao auge do esporte brasileiro. Hoje, o pequeno garoto é um ícone, tendo conquistado seu espaço no coração dos torcedores como lateral-esquerdo da Seleção Brasileira.

Luciano Batista da Silva Júnior nasceu em Serra Talhada, Pernambuco, há 26 anos. Desde a infância, sua paixão pelo futebol foi se intensificando, impulsionada pelas partidas de várzea em clubes amadores de sua comunidade.

Sua trajetória no esporte transformou-se ao ingressar no Bahia Curado, onde, em 2019, ajudou sua equipe a conquistar a Liga União de Futebol Amador de Pernambuco, marcando um dos gols na final contra o Corinthians do Alto do Capitão. “Era meu time do bairro. Fui chamado para jogar e fiquei muito feliz”, relembra Juba com um brilho no olhar.

Despontando no cenário, ele chegou ao Sport Recife, onde adotou o número 46, que se tornaria sua marca registrada e símbolo de sorte. Assim que subiu das categorias de base, fez questão de manter o número, que chegou a ser tatuado em seu braço como um testemunho de sua jornada. “Para onde eu for, serei sempre o número 46”, afirma.

Durante sua passagem pelo Sport, Juba se destacou pela sua versatilidade e desempenhos notáveis, acumulando gols e assistências nas divisões A e B do Campeonato Brasileiro. Sua trajetória incluiu um empréstimo ao Confiança, onde jogou 16 partidas, e ao retornar, rapidamente se estabeleceu na ponta-esquerda do Sport.

O momento que selou sua contratação pelo Bahia, apelidado de “Jubinha Frete Grátis” por suas condições vantajosas, foi um divisor de águas na carreira. Em 2023, assim que vestiu a camisa tricolor, Juba se destacou, entendendo a dinâmica da equipe e, com a chegada de Rogério Ceni, retornou à sua posição original na lateral esquerda.

Na temporada de 2024, ele acumulou impressionantes três gols e cinco assistências em 61 jogos. Em 2025, a produtividade aumentou ainda mais, com seis gols e oito assistências em 56 partidas, totalizando mais de 4.260 minutos jogados. Em sua trajetória com o Bahia, ele não apenas realizou sonhos como jogar na Série A e na Libertadores, mas também ergueu troféus, incluindo o campeonato Baiano e a Copa do Nordeste.

Porém, o maior sonho de Juba estava apenas começando a se concretizar.

Após anos de dedicação, veio a sonhada convocação para a Seleção Brasileira, consagrando sua ascensão do futebol de várzea ao cenário nacional. Ele foi escolhido por Carlo Ancelotti, que destacou suas habilidades e importância técnica para o time: “É um jogador que pode atuar no meio e na lateral esquerda, com muita qualidade”, elogiou.

Emocionado, Juba compartilhou: “Desde criança, deixei de lado muitas coisas para me profissionalizar no futebol. Nunca desisti dos meus objetivos e hoje estou realizando o maior sonho da minha vida: vestir a camisa da Seleção Brasileira.”

A alegria é palpável, não apenas para Juba, mas também para o Bahia e seus torcedores, que veem a ascensão de um talento regional no cenário nacional, refletindo que o Nordeste pode brilhar e se tornar protagonista na Seleção Brasileira.