O percurso político de Silas Malafaia é nada menos que intrigante. Com um histórico que transita entre a esquerda e a direita, ele se tornou uma figura polêmica no cenário brasileiro. Desde seus primeiros passos no mundo político até sua aliança com Jair Bolsonaro, Malafaia passou por transformações que o tornaram um personagem fascinante e divisivo.
Malafaia começou sua ascensão política na eleição presidencial de 1989, quando se uniu ao comitê evangélico de Leonel Brizola. No entanto, após a eliminação de Brizola no primeiro turno, ele fez uma escolha surpreendente: decidiu apoiar Lula, que na época enfrentava rumores de que fechariam igrejas evangélicas. Enquanto Edir Macedo, um influente bispo, direcionava seus fiéis a favor de Fernando Collor, Malafaia nadou contra a corrente e, em 2002, apareceu até na propaganda de Lula contra José Serra.
Porém, antes que o governo Lula chegasse ao fim, Malafaia rompeu com o PT, com arrependimentos sobre suas escolhas passadas. Sua relação com a esquerda foi breve, mas intensa. Com o passar dos anos, o pastor se tornou um defensor fervoroso da agenda conservadora, evidenciado por outdoors que estampavam frases como “Em favor da família e da preservação da espécie humana”. Em 2010, ele suspendia seus laços tentados com a esquerda ao rejeitar apoio a Dilma Rousseff, afirmando suas preocupações com a questão do aborto.
Em 2018, Malafaia tornou-se um dos primeiros pastores a aderir publicamente ao bolsonarismo, enquanto outros colegas ainda apostavam em alternativas mais tradicionais. Sua aliança com Bolsonaro o levou a ser alvo de uma operação da Polícia Federal em agosto de 2025, após seu desembarque no Rio de Janeiro. O inquérito, que investiga tentativas de obstrução de Justiça e ações contra o STF, fez com que Malafaia fosse submetido a medidas cautelares, incluindo a proibição de deixar o país e de se comunicar com outros investigados.
Malafaia se destacou ainda ao organizar um ato em apoio a Bolsonaro, desafiando decisões judiciais e levando o ex-presidente à prisão domiciliar. Ele continua vociferando contra ministros do STF, buscando seu impeachment, o que reafirma sua posição firme e controversa na política brasileira.
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