
No contexto global em que vivemos, a produção e a difusão do conhecimento surgem como pilares essenciais para o desenvolvimento, e o Brics tem se destacado nesse cenário. O encontro do Brics no Brasil, marcado para o próximo domingo, simboliza a relevância desse grupo de países emergentes, unindo forças e pesquisas que têm potencial transformador.
Nos últimos anos, a participação brasileira no Brics cresceu exponencialmente, com um aumento superior a 10 vezes entre 2000 e 2024. Contudo, há um alerta no horizonte: o professor Odir Dellagostin, da Universidade Federal de Pelotas, observou uma inesperada queda. Ao analisar os dados da base “Scopus”, que compila resumos e citações, ele encontrou menos de 100 mil artigos assinados recentemente por pesquisadores brasileiros, em contraste com os 2 milhões de publicações do Brics.
Esse recuo acentuado entre 2022 e 2023, anos marcados por um declínio na quantidade de pós-graduandos, revela um desvio preocupante. Desde 2019, a educação enfrenta cortes orçamentários que comprometem a formação de novos talentos. No entanto, esses fatores podem não ser os únicos, nem os principais. A busca por carreiras científicas compatíveis com a remuneração também parece ter esmorecido, tornando a pesquisa menos atrativa para os jovens.
Adicionalmente, é importante notar que muitos acadêmicos têm buscado parcerias em universidades de renome na Europa e nos Estados Unidos, ao invés de explorarem as oportunidades que o Brics oferece, apesar do potencial crescente desses países. A Índia já supera algumas instituições europeias, enquanto a China ultrapassa os Estados Unidos, demonstrando que a inteligência e a produção do conhecimento estão se deslocando para novos polos no mundo.
Para que o Brasil retome seu protagonismo nas pesquisas dentro do Brics, será crucial que as autoridades do setor educativo e acadêmico reavaliem suas estratégias. A revitalização da ciência e da educação, conectadas à soberania nacional, pode ser a chave para reverter essa tendência e assegurar um futuro brilhante para a pesquisa brasileira.
E você, como enxerga o futuro da ciência no Brasil e sua integração no Brics? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe suas ideias!