A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva observa com preocupação a iminente implementação do tarifaço anunciado por Donald Trump, previsto para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto. Nesse cenário, os negociadores brasileiros já têm a percepção de que a chance de reverter essa decisão é praticamente nula.
A avaliação interna indica que, enquanto acordos foram feitos com os países da União Europeia, a situação do Brasil carrega um peso político significativo, especialmente devido ao apoio explícito de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, o mandatário americano pediu que o julgamento de Bolsonaro no STF fosse suspenso “imediatamente”, o que acentua a tensão nas relações entre os dois países.
Um dos pontos centrais da estratégia de Lula é o temor de que a tarifa de 15% aplicada à União Europeia torne o comércio brasileiro ainda menos competitivo em relação aos Estados Unidos. Enquanto os europeus têm condições favoráveis, o Brasil se vê prestes a enfrentar uma pesada taxa de 50%.
A postura do governo dos Estados Unidos é clara: segundo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, não haverá adiamentos no início da coleta de tarifas. Essa afirmação foi interpretada pelos auxiliares de Lula como um fechamento das portas para qualquer possibilidade de negociação, ampliando a pressão já existente sobre o governo brasileiro.
Embora o discurso de Trump inclua alegações de práticas comerciais desleais por parte do Brasil, com acusações de barreiras e taxas elevadas sobre produtos norte-americanos, as consequências políticas desse tarifaço já reverberam fortemente. O cenário se mostra sombrio para o governo brasileiro, que agora precisa agir de forma rápida e eficaz para mitigar os danos.
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