17 julho, 2025
quinta-feira, 17 julho, 2025

Estudo identifica zonas ameaçadas e sem proteção em Abrolhos; regulação pode colocar Brasil no topo da meta 30×30

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Abrolhos

Enquanto o Brasil se prepara para a terceira Conferência das Nações Unidas para o Oceano em Nice, França, um estudo alarmante da Universidade de São Paulo (USP) revela que os recifes de coral na região de Abrolhos, no sul da Bahia, enfrentam graves ameaças. Publicado na revista Ocean and Coastal Research, o estudo aponta que esses corais, vitais para a biodiversidade, carecem de proteção efetiva diante das mudanças climáticas e ações humanas.

Com apenas 26% da área oceânica brasileira atualmente protegida, o país se aproxima do ambicioso compromisso global de proteger 30% de seus oceanos. Contudo, a distribuição dessas áreas de proteção é desequilibrada. Regiões como Abrolhos, com imensa biodiversidade e habitats críticos, continuam sem a devida cobertura legal.

Os Abrolhos, abrangendo 893.000 km² de estuários, manguezais e os mais extensos recifes de coral do Brasil, representam um verdadeiro santuário marinho no Atlântico Sul. Guilherme Fraga Dutra, coautor do estudo e especialista em Ecologia, destaca que, embora as estatísticas sejam promissoras, a realidade das áreas protegidas precisa ser reconsiderada. “Habitat essenciais, como os bancos de rodolitos, ainda carecem de proteção adequada. Menos de 15% desses bancos estão inclusos em áreas protegidas, o que é inaceitável”, alerta

Os bancos de rodolitos, formados por algas que capturam carbono, são vitais para a estrutura alimentar marinha, servindo de abrigo para espécies menores que sustentam toda a cadeia. Cada passo em direção à criação de novas áreas protegidas em Abrolhos é fundamental, segundo Dutra, pois a região é reconhecida como a mais rica em biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

Além dos rodolitos, o estudo menciona as “buracas”, depressões geológicas únicas locais, que também estão desprotegidas. A regulamentação para proteger esses ecossistemas não precisa partir apenas do governo federal. A APA estadual Ponta da Baleia Abrolhos, por exemplo, criada em 1992, ainda aguarda implementação.

Proteger essas áreas não é apenas uma ação técnica; envolve salvaguardar ecossistemas ameaçados por práticas como mineração, exploração de petróleo e pesca predatória. A eficácia se concentra na definição de áreas marinhas protegidas, respeitando as categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Guilherme enfatiza a importância do envolvimento da sociedade neste processo. Mobilização e cobrança pública são essenciais para forçar a ação governamental em favor do meio ambiente. O coletivo “Abrolhos para Sempre”, formado por ONGs e cidadãos preocupados, busca ampliar a proteção nessa área crítica, e novas campanhas estão prestes a ser lançadas.

A proteção ambiental é uma responsabilidade de todos. Participe, acompanhe as iniciativas e ajude a garantir um futuro mais sustentável para os oceanos do Brasil.

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