16 setembro, 2025
terça-feira, 16 setembro, 2025

Exército israelense anuncia início de ofensiva na Cidade de Gaza

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MUNDO

Quase 65.000 pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra

AFP

16/09/2025 – 7:14 h

Fronteira de Israel com a Faixa de Gaza

Fronteira de Israel com a Faixa de Gaza – Foto: Menahem Kahana | AFP

Na madrugada de terça-feira, o Exército israelense deu início à fase mais intensa de sua ofensiva na Cidade de Gaza, onde ainda residem centenas de milhares de civis. A meta proclamada é avançar em direção ao coração da localidade, conforme comunicado de um comandante militar, que declarou que entre 2.000 e 3.000 membros do Hamas se encontram na região.

A situação se agrava a cada dia. Enquanto as operações militares se intensificam, as declarações da ONU tornam-se ainda mais alarmantes. Investigadores da entidade acusaram Israel de perpetrar um “genocídio” na Faixa de Gaza, agindo com a intenção de eliminar a população palestina. A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU (COI) afirma que líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, iniciativas de ataque solidamente fundamentadas nas políticas do governo.

Em um relatório divulgado quase dois anos após o começo da guerra, iniciado pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, a comissão alegou que as ações de Israel mostram indícios claros de genocídio. A responsável, Navi Pillay, enfatizou que as autoridades israelenses não tomaram medidas para punir a instigação ao crime, o que agrava a gravidade da situação, já que se pode considerar uma incitação à destruição de um grupo específico.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel reagiu rapidamente, descrevendo o relatório como “tendencioso e mentiroso”. Apesar da negativa, os números falam por si: quase 65.000 mortos em Gaza desde o início do conflito, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, que são considerados confiáveis pela ONU.

A crise humanitária se intensifica, com a maioria dos habitantes de Gaza deslocados pelo menos uma vez, enquanto a ONU relata um cenário de fome iminente. A COI também concluiu que, desde outubro de 2023, as forças israelenses perpetraram quatro dos cinco atos considerados genocidas pela Convenção sobre o Genocídio de 1948.

Os atos incluem não apenas massacres, mas também a criação de condições sub-humanas que visam a desintegração total da população. Embora a comissão não tenha poder legal, seus achados têm o potencial de aumentar a pressão internacional e coletar evidências que podem ser utilizadas em tribunais.

Pillay afirmou que a comunidade global deve agir, pois a inação em face de uma campanha genocida equivale a cumplicidade. Embora a ONU ainda não tenha classificado oficialmente a situação como genocídio, diversos líderes mundiais, de diferentes países, já expressaram essa preocupação. Em Haia, a Corte Internacional de Justiça também pediu a Israel que adotasse medidas para evitar a execução de quaisquer atos que configurem genocídio.

Enquanto se observa uma escalada no conflito e as consequências humanitárias se desdobram, muitos se perguntam: até quando a comunidade internacional permanecerá em silêncio? O futuro da Faixa de Gaza continua incerto, mas é imprescindível que vozes sejam levantadas e que as ações sejam tomadas.

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