
A nova cartilha gratuita da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) surge como um guia essencial para estabelecimentos que operam com gorjetas, esclarecendo aspectos legais e evitando complicações trabalhistas. Embora as gorjetas sejam frequentemente vistas apenas como uma gratificação pelo bom atendimento, sua regulamentação vai muito além, classificando-as como parte da remuneração do trabalhador, o que demanda um manejo cuidadoso.
O presidente da Abrasel na Bahia, Leandro Menezes, reforça a relevância desse material, especialmente em um cenário onde dúvidas são comuns. Ele destaca que, mesmo quando o cliente entrega a gorjeta diretamente ao garçom, o estabelecimento permanece responsável pelo correto repasse e registro desses valores. O cumprimento das normas exige que esses montantes sejam devidamente anotados na carteira de trabalho e contabilizados nos contracheques, além de influenciar o cálculo de direitos, como o décimo terceiro e férias.
As orientações da cartilha incluem a implementação de regras internas sobre a distribuição das gorjetas, a formalização dos repasses e o alinhamento com trabalhadores e sindicatos. A transparência nesse processo é vital, garantindo que todos os envolvidos compreendam e confiem na gestão dos valores. Exemplificando essa prática, o restaurante suíço brasileiro Tudo Azul mantém um sistema acessível, onde os funcionários podem acompanhar em tempo real suas bonificações, eliminando incertezas e mal-entendidos.
Para muitos garçons, como Marcos Roberto Rodrigues, que acumula 35 anos de experiência, a gorjeta não só complementa a renda como é crucial em períodos de baixa temporada. Ele ressalta que, embora o salário seja muitas vezes baixo, as gorjetas podem triplicar ou até dobrar os rendimentos mensais. Esses incentivos mostram como a cultura das gorjetas faz parte da experiência de atendimento, tanto para clientes quanto para trabalhadores.
A visão sobre as gorjetas também é compartilhada por clientes, como o representante comercial Andre Luiz Ribeiro, que vê o ato de deixar 10% como um agradecimento pelo bom serviço. No entanto, muitos clientes ainda enfrentam a preocupação sobre a real destinação da gorjeta. Com essa incerteza, muitos, como o professor de educação física Antônio Augusto, optam por confirmar se os garçons recebem o valor repassado pelo restaurante. O presidente da Abrasel também enfatiza que, enquanto algumas práticas inadequadas podem existir, a maioria dos estabelecimentos faz o repasse adequado, garantindo que todos saiam ganhando.
A nova cartilha da Abrasel é um convite à reflexão e à prática responsável em relação às gorjetas. Queremos saber sua opinião: como você acredita que as gorjetas podem impactar a experiência em restaurantes? Compartilhe seus pensamentos nos comentários!