7 setembro, 2025
domingo, 7 setembro, 2025

Novo hábito nas academias pode jogar seu treino fora; entenda

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ABRE ASPAS

Rogério Moura, presidente do Conselho Regional de Educação Física da Bahia, debate assunto

Número de academias na Bahia aumentou mais de 80%

Número de academias na Bahia aumentou mais de 80% –

Nos últimos cinco anos, o número de academias na Bahia teve um crescimento expressivo de mais de 80%, superando quatro mil unidades, conforme dados do Conselho Regional de Educação Física da Bahia (CREF13/BA). Esse avanço é marcado pela ascensão das academias de rede, que oferecem um modelo de treinamento mais autônomo, onde o cliente pode realizar exercícios sem a supervisão constante de um instrutor. Esse novo cenário não apenas facilita o acesso a mensalidades mais acessíveis, mas também desafia os profissionais da área a buscarem remunerações mais justas, aliando empregos formais em academias a atendimentos autônomos como personal trainers.

Rogério Moura, presidente do CREF-BA, ressalta a importância da presença constante de profissionais qualificados nas academias. Ele também destaca a crescente integração da inteligência artificial na elaboração de treinos. “A supervisão profissional é essencial para garantir segurança e eficácia”, afirma. Nesta conversa, ele discorre sobre as implicações do uso de tecnologia no desenvolvimento de treinos e a fiscalização das academias não regulamentadas no estado.

A explosão no número de academias traz duas consequências significativas: gera vagas de emprego e incentiva pessoas a se exercitarem em ambientes controlados. Na Bahia, essas unidades passaram de 2.200 em 2019 para 4.072, mesmo diante da pandemia. O CREF atua na fiscalização, garantindo que somente os responsáveis diretos possam continuar a operar, evitando práticas ilegais que possam comprometer a saúde dos alunos.

Rogério Moura, presidente do Conselho Regional de Educação Física da Bahia

Rogério Moura, presidente do Conselho Regional de Educação Física da Bahia | Foto: Freepik

Em relação ao crescimento do número de personal trainers autônomos, Moura pontua que o piso salarial, definido pelo sindicato, não é algo que o Conselho regula. Porém, há um aumento na oferta de trabalho formal, com 357 registros de pessoas jurídicas em 2025, destacando 52 academias de rede.

A situação é similar ao ambiente escolar, onde pais buscam professores particulares para um ensinamento mais focado. O que se vê hoje é uma valorização do acompanhamento profissional em atividades físicas, crucial para evitar acidentes e garantir resultados.

Nos EUA, há academias que funcionam sem supervisão. Apesar dessa tendência, Moura defende a necessidade da fiscalização no Brasil, onde a formação em Educação Física é rigorosa e os profissionais precisam estar registrados no CREF para atuar legalmente. O objetivo é proteger a sociedade de práticas inadequadas e garantir uma supervisão eficaz para os alunos.

O aluno que se exercita sem supervisão corre riscos. Estabelecimentos que operam sem um responsável técnico estão sujeitos a fechamento. Para ser válida, qualquer nova tendência precisa atender aos requisitos legais: registro no conselho e supervisão profissional.

A formação do profissional de Educação Física é tão imprescindível que existe um termo de ajuste em Salvador: em aulas coletivas, os alunos devem estar sempre visíveis ao instrutor. Com a expansão das redes, academias menores enfrentam desafios significativos, mas o CREF se limita a fiscalizar, enquanto o sindicato patronal pode intervir em questões de apoio.

Com o modelo de cobrança de anuidades ajustado para não prejudicar as pequenas academias, 72% das pessoas jurídicas registradas na Bahia agora recebem desconto de 50%. Essa medida de justiça tributária foi tão eficaz que inspirou uma mudança a nível nacional, mostrando que todos podem coexistir, desde academias boutique até estabelecimentos de menor custo.

Quanto à popularização dos treinos online e ao uso da inteligência artificial, Moura vê um caráter indissociável entre tecnologia e supervisão. Embora ferramentas como a inteligência artificial possam auxiliar na elaboração de treinos, o profissional é essencial para evitar erros que podem resultar em lesões. A supervisão adequada garante segurança e eficácia, já que o exercício não deve ser tratado como uma receita de bolo.

Os profissionais devem usar plataformas online de forma responsável, sempre com supervisão ao vivo e com registro no CREF. Exercício é questão séria e deve ser tratado como tal.

A missão do CREF é não apenas garantir que as academias operem dentro da legalidade, mas também assegurar que o cidadão tenha acesso a um profissional qualificado durante suas atividades. O futuro da Educação Física depende de um equilíbrio entre a evolução tecnológica e a supervisão especializada que não pode ser substituída.

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