Os professores da rede municipal de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, decidiram suspender suas atividades por tempo indeterminado, desencadeando uma greve que já afeta diversas escolas. A insatisfação da categoria, segundo o sindicato, resulta da rejeição das propostas de reajuste salarial pela gestão da prefeita Débora Regis (União), o que tem levado a um clamor crescente por melhorias nas condições de trabalho.
Valdir Silva, presidente do Asprolf (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Lauro de Freitas), compartilhou detalhes sobre a crise. Embora a greve tenha sido anunciada em maio, as tentativas de diálogo com a prefeitura não resultaram em avanços significativos. “Nossa última reunião foi em 12 de junho, apresentando um percentual de reajuste de 2% em dois meses, muito aquém do esperado pelo MEC, que estipulou 6,27%”, destacou Valdir.
Após um encontro em que os professores trouxeram uma proposta para novos ajustes, a surpresa foi a falta de conhecimento sobre as negociações por parte da administração municipal. “Ninguém sabia do ofício e da contraproposta”, expressou Valdir, evidenciando uma comunicação deficiente e um descaso que preocupa a categoria. Contradizendo essa versão, a prefeitura enfatiza em nota seu compromisso com o diálogo e a valorização dos educadores.
Valdir não hesitou em criticar a gestão: “A prefeitura precisa aprender a trabalhar com a verdade. As reuniões têm ocorrido, mas a prefeita não se faz presente e a falta de autonomia na mesa de negociação é notável”. Ele ainda ressaltou que a ausência de resposta da prefeitura levou à decisão de paralisar as atividades, confirmando que a assembleia não teve alternativa a não ser decretar a greve.
Por outro lado, a prefeitura argumenta que já oferece uma remuneração acima do piso nacional aos professores, com um salário de R$ 6.962,37 para aqueles com nível superior e jornada de 40 horas. Além disso, assegura que professores com longa carreira podem receber entre R$ 14 mil e R$ 30 mil mensais, valores considerados competitivos quando comparados a docentes de universidades federais.
Apesar disso, Valdir Silva aponta que a falta do pagamento retroativo e outros processos pendentes desde 2010 são motivos suficientes para a greve. “Aposta em um diálogo que não existe, e com isso, a greve tornou-se inevitável”, conclui.
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