SALVADOR
Bicicletas, óculos, livros, roupas e sapatos: itens que ganham vida nova

Itens em mau estado são descartados –
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Ontem, mais de mil objetos esquecidos nas estações e trens do metrô de Salvador encontraram um novo propósito ao serem entregues à Associação Silvano Alves de Araújo (ASAA), uma instituição dedicada a cursos profissionalizantes e projetos sociais para pessoas em situação de vulnerabilidade. Entre as doações estavam bicicletas, óculos, livros, roupas e sapatos, que agora serão utilizados em bazares solidários promovidos pela entidade.
De acordo com dados da CCR Metrô Bahia, somente no primeiro semestre deste ano, 5.118 itens foram esquecidos, mas apenas 376 foram recuperados pelos donos. Os objetos passam por um processo de triagem na Central de Achados e Perdidos, localizada no Terminal Retiro. Aqueles que não são reivindicados dentro de 30 dias são doados a instituições sociais, contribuindo assim para um ciclo de solidariedade.
O verdadeiro valor de encontrar o que foi perdido

| Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE
Rodrigo Rainer, gerente de Comunicação do Metrô Bahia, destaca que a iniciativa vai muito além da simples devolução de pertences. “A Central de Achados e Perdidos desempenha um papel social ao transformar itens que poderiam ser descartados em oportunidades para quem mais precisa. Isso é fundamental para a comunidade”, enfatiza.
Os itens que não podem ser aproveitados são descartados, enquanto aqueles em boa condição passam por uma cuidadosa triagem antes de serem entregues a instituições próximas às estações de metrô.
Fortalecendo a comunidade
A doação recebida pela ASAA é um reforço significativo para suas atividades, que atendem cerca de duas mil pessoas anualmente com oficinas e cursos de qualificação. André Mota, presidente da associação, ressalta: “Não recebemos apoio de órgãos públicos, e a venda do bazar é essencial para manter nossas atividades. Essas doações serão utilizadas no bazar e também para atender aqueles que mais precisam na comunidade.”
O bazar, que opera diariamente como uma loja fixa, oferece um ambiente organizado e acolhedor. “Quando alguém entra aqui, se sente em uma loja de shopping”, afirma André.
Histórias de transformação
Para muitos, a ASAA representa uma rede de acolhimento e transformação. Elizabeth Sampaio, 43 anos, encontrou apoio emocional e psicológico na entidade. “Aqui me sinto em família. Estou muito feliz e disposta a evoluir”, compartilha ela. A experiência de Elizabeth ressoa com voluntários, como Vaneide Menezes, que, após aprender a fazer bolos e participar de vários cursos, se tornou uma colaboradora ativa em eventos para crianças.
Da mesma forma, Daiana Camajo, que buscava auxílio jurídico, se tornou uma voluntária dedicada, ensinando informática e empreendedorismo aos membros da comunidade. “Estamos sempre buscando novas formas de ajudar”, comenta Daiana.
Além das histórias inspiradoras, as doações também resultam em situações curiosas, com itens variados, desde documentos pessoais até consoles de videogame, passando por fardamentos e até uma dentadura que precisou ser descartada.
Como reaver o que foi perdido
Para recuperar objetos perdidos no metrô, os interessados devem se dirigir à Central de Achados e Perdidos no Terminal Retiro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Quanto mais informações sobre o objeto (dia, horário e local do esquecimento), mais fácil será sua localização. Após 30 dias, os itens em boas condições são doados a novas iniciativas sociais.
Histórias de solidariedade e superação estão por toda parte. O que você acha dessa ação? Compartilhe sua opinião nos comentários!