
Em meio ao charme da Barra, um dos bairros mais icônicos da Salvador, a tranquilidade foi abalada por pichações que carregam a insígnia da facção Terceiro Comando Puro (TCP), originária do Rio de Janeiro. Conhecida por sua diversidade cultural e beleza natural, a orla deu lugar a um novo símbolo de poder: a crescente influência do TCP em solo baiano, agora alinhado ao Bonde do Maluco (BDM).
O TCP, ao ampliar suas conexões com o BDM, desafia o domínio do Comando Vermelho (CV), que historicamente controlou áreas estratégicas de Salvador. O que antes era um território bem definido agora se encontra em disputa, refletindo as novas alianças e o rearranjo do crime organizado na região.
Um dos marcos dessa transformação foi visível na comunidade de Vila Verde, que, antes sob o domínio do CV, teve seu controle desafiado pelo BDM. O recente surgimento de pichações com as siglas “BDM” e “TCP” em locais estratégicos não é apenas um ato de vandalismo; é um sinal de territorialidade e um manifesto de força.
O TCP, fundado em 2002, surgiu após uma cisão interna do Terceiro Comando, e desde então é conhecido por sua guerra contínua contra o CV. Com líderes influentes como Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, e alianças com facções de outros estados, o TCP se solidifica como uma força a ser reconhecida. O símbolo religioso da Estrela de Davi, utilizado por seus membros, reforça a estratégia de controle social.
Recentemente, operações da polícia levaram à prisão de integrantes do TCP, revelando um esquema de tráfico de armas e munições, consolidando assim a influência da facção na Bahia. A presença do fio condutor entre essas organizações não é um mero detalhe; é uma rede de conexões que se estende por várias regiões, tornando cada vez mais difusa a linha entre a Bahia e o Rio.
Em resposta à crescente atividade criminosa, a Secretaria da Segurança Pública intensificou suas operações na Barra, tentando reverter o impacto das pichações e restaurar a segurança no local. As denúncias podem ser enviadas anonimamente, e o patrulhamento foi reforçado.
A transformação da Barra, de um cartão-postal a um espaço marcado pelo crime, evidencia a luta por espaço nas cidades brasileiras, onde facções tentam estabelecer seu domínio. A história das relações entre o TCP e o BDM continua a se desenrolar, e o que resta saber é qual será o próximo passo desse intricado jogo de poder que se alastra pelo Brasil.
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