Em um enredo que mescla magia e reflexão, a Rainha Ratilho ressurge em Salvador, conquistando corações e mentes. Este espetáculo, que estreou no ano passado, retorna ao Teatro Molière com apresentações até o dia 22 de agosto. A peça, que é gratuita, promete encantar não só as crianças, mas também inspirar diálogos sobre imaginação e justiça social.
No cenário de uma fábula distópica situada no ano de 2250, conhecemos a Rainha Ratilho, uma menina que transforma as ruas em seu reino e comanda um exército de ratos invisíveis ao mundo. Ao lado de seu fiel escudeiro Bobo, interpretado por Fernando Alves, ela embarca em uma jornada de resistência e busca por voz em um universo desigual.
Interpretada por Lilica Rocha, uma talentosa atriz de apenas 11 anos, a história tem raízes na imaginação da própria Lilica. O pai, Leo Rocha, foi o responsável pela direção e dramaturgia, acreditando que a essência da peça poderia levar estudantes de escolas públicas ao teatro. Desde o início da temporada, grupos de colégios têm sentado nas cadeiras do teatro, proporcionando aos jovens a oportunidade de ver uma protagonista que reflete suas próprias idades e experiências.
“É um espetáculo educativo que aborda a vida nas ruas de forma poética, semelhante ao filme A Vida é Bela”, explica Leo. “Queremos que essas crianças se vejam refletidas em personagens que vivem realidades complexas, permitindo que seus conflitos sejam abordados na segurança da imaginação”.
A própria Lilica expressa a alegria que sente ao reviver a Rainha Ratilho: “É fascinante ver como as pessoas reagem e interpretam o mesmo espetáculo de maneiras diferentes”, compartilha. Essa diversidade de interpretações enriquece ainda mais a experiência proporcionada pela peça.
A equipe criativa, que inclui profissionais de figurino, maquiagem e trilha sonora, colabora para dar vida a esse universo singular. O processo criativo, liderado por pai e filha, foi um verdadeiro jogo de colaboração e descoberta. “A arte é um elo vital na educação”, afirma Leo, refletindo sobre como a criatividade pode moldar cidadãos mais empáticos e conscientes.
Lilica, ao falar sobre a personagem, reconhece sua natureza mandona como um reflexo da luta de uma criança enfrentando desafios. “Ela é apenas uma menina tentando sobreviver em um mundo difícil”, observa. Essa mensagem, repleta de nuances, destaca a complexidade da infância em situações vulneráveis.
A experiência dupla de pai e filha está sempre em evolução; cada apresentação é uma oportunidade de aprimorar e enriquecer a narrativa. Lilica, que já se sente em casa no palco, caracteriza o retorno ao teatro como um reencontro com um espaço familiar.
“A arte para mim é mais do que uma performance; são as histórias humanas que se entrelaçam”, diz Lilica, ciente do impacto de sua atuação. Para ela, observar e entender as pessoas ao seu redor são habilidades essenciais, ampliando ainda mais sua visão sobre o mundo.
Com apresentações gratuitas na Aliança Francesa, a Rainha Ratilho não só entretém, mas também educa e provoca reflexões profundas. Não perca a chance de vivenciar essa experiência única e enriquecedora. O que você acha dessa proposta de teatro que fala sobre a realidade das crianças? Compartilhe sua opinião!