Trabalhadora doméstica é resgatada após 36 anos sem salário na Bahia

Uma mulher resgatada estava em condições desumanas desde a infância – Foto: AFT

Nessa quinta-feira, 11, um grito de liberdade foi ouvido em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. Uma trabalhadora doméstica de 46 anos foi resgatada em condições assemelhadas à escravidão, após anos vivendo sob a opressão do trabalho não remunerado. Desde os 10 anos, essa mulher convivia com a família empregadora, sem receber salários e sendo submetida a jornadas exaustivas, sempre à mercê das demandas da casa.

Suas obrigações iam além das tarefas domésticas cotidianas. Ela também produzia alimentos, doces e salgados para uma lanchonete anexa à casa, atendia clientes e mantinha a limpeza do estabelecimento. A rotina desgastante e sem reconhecimento refletia não apenas uma exploração, mas uma violação de direitos fundamentais.

O resgate foi possível graças à atuação da Auditoria-Fiscal do Trabalho, que conseguiu retirar a mulher dessa situação degradante. Agora, está em andamento um processo para assegurar que seus direitos trabalhistas sejam respeitados e sua reintegração social seja viável. Um passo crucial está agendado para a próxima terça-feira, 16, quando uma audiência com os empregadores deve resultar no pagamento das verbas devidas.

A operação teve o suporte de uma procuradora do Trabalho, uma defensora pública da União, um servidor do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além de apoio da Polícia Federal. Juntos, eles mostraram que, em meio à injustiça, há esperança e determinação por um futuro melhor.

Este episódio não é apenas um alerta sobre as condições de trabalho que ainda persistem no Brasil, mas um chamado à ação. Precisamos discutir e apoiar iniciativas que garantam dignidade a todos os trabalhadores. Como você acredita que podemos mudar essa realidade?