Em uma reviravolta surpreendente na política de Itaberaba, o vereador Joilson Oliveira, mais conhecido como Jó Baixinho, decidiu agir diante de graves suspeitas de corrupção que envolvem a administração municipal. No último dia 2 de abril, ele apresentou uma denúncia ao Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) que revela um suposto esquema de desvios de até R$ 268.400,23 na compra de pneus para a frota da cidade, implicando diretamente o ex-prefeito Ricardo Mascarenhas e seus aliados.
Os documentos que acompanham a representação indicam que, entre junho e dezembro de 2024, a prefeitura adquiriu um total de 525 pneus. No entanto, em um contexto em que a maior parte da frota estava em condições críticas, com veículos considerados sucata e outros destinados a leilão, essa compra levanta sérias dúvidas. “A discrepância é evidente. É desproporcional frente à realidade da frota, composta majoritariamente por veículos inservíveis”, destacou Jó Baixinho.
Mais alarmante ainda, a análise de 17 processos de pagamento revelou que em 15 deles não havia qualquer identificação dos veículos que supostamente receberam os pneus. Nos dois casos restantes, os veículos citados já haviam sido devolvidos ao governo do estado ou estavam registrados em processos de leilão. “Existem indícios fortes de que os pneus sequer foram entregues ou que, se o foram, não chegaram aos seus destinos legítimos”, acrescentou o vereador.
Jó Baixinho também mencionou que um relatório da empresa Diniz Consultoria, encarregada da auditoria e gestão patrimonial, ainda não havia consolidado informações completas sobre os veículos em questão, incluindo suas condições e destinos. A falta de clareza levanta a suspeita de um grande esquema de má gestão.
A denúncia vai além, apontando uma possível conluio entre as empresas participantes da licitação. O vereador alegou que a empresa vencedora, LR Comércio de Peças e Acessórios Automotores Ltda, está vinculada à VM Equipadora e Autopeças, ambas controladas por Marcelo Souza, amigo político do ex-prefeito e do ex-vice-prefeito Davi dos Anjos. “Houve uma simulação de concorrência para favorecer aliados”, argumentou Jó Baixinho.
Para encobrir essas irregularidades, a prefeitura também teria fracionado os pagamentos em ordens de serviço emitidas rapidamente. “Não há registros que comprovem a entrega, como ordens de serviço ou controle de almoxarifado. Isso é muito preocupante”, concluiu o vereador, lançando uma sombra sobre a administração de Itaberaba e deixando a população em alerta.
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