A vereadora Jessica Limone, de Itapoá (SC), gerou polêmica durante uma sessão legislativa ao criticar severamente o clássico “Capitães da Areia”, de Jorge Amado. Para ela, a inclusão da obra no currículo das escolas brasileiras representa uma tentativa de “marginalizar” as crianças. A parlamentar argumentou que a leitura desse livro, indicado para alunos do 7º e 8º ano, é inadequada, especialmente considerando sua classificação indicativa de 14 anos, e que a obra possui temas complexos como racismo e abuso.
Em sua fala contundente, Limone expressou: “O governo federal, apoiado pela esquerda, está infiltrando essa obra nas escolas com a intenção de promover uma visão distorcida da literatura brasileira.” A preocupação da vereadora se estende ao conteúdo do livro, levando-a a fazer um apelo à secretária de Educação do município para que retire a obra da grade curricular. “Existem muitos outros livros que podem ser discutidos de maneira apropriada com nossas crianças”, enfatizou.
Embora Limone declare não ser contra o livro em si, defende que ele deve estar disponível apenas em bibliotecas municipais e não nas salas de aula. “Essas leituras são para adultos, que buscam esse tipo de conhecimento, e não para jovens de 12 a 13 anos”, completa a vereadora, que também questionou a trajetória política de Jorge Amado, chamando-o de “comunista” e mencionando sua passagem pelo Congresso.
“Capitães da Areia”, publicado em 1937, retrata a vida de crianças abandonadas em Salvador, explorando questões de marginalização, pobreza e violência. O romance é comovente e profundo, refletindo a luta pela sobrevivência em meio ao abandono infantil.
Jorge Amado (1912-2001) é um dos escritores brasileiros mais renomados, conhecido por suas obras que capturam a cultura e as lutas sociais da Bahia. Sua literatura traz à tona personagens vibrantes e histórias que misturam realidade e elementos folclóricos.
O debate em torno da inclusão de “Capitães da Areia” nas escolas suscita importantes questões sobre a literatura e a educação no Brasil. E você, o que acha sobre essa polêmica? Compartilhe sua opinião nos comentários!