25 setembro, 2025
quinta-feira, 25 setembro, 2025

Banco Central projeta desaceleração do PIB e inflação acima da meta até 2028

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Retrato do edifício sede do Banco Central, em Brasília

Recentemente, o Banco Central anunciou a revisão de sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025, reduzindo a previsão de 2,1% para 2%. A grande novidade foi a estimativa para 2026, que, pela primeira vez, aponta um crescimento de apenas 1,5%. Se confirmada, essa será a expansão mais baixa desde 2020, um ano marcado por um recuo de 3,3% na economia devido à pandemia de Covid-19.

No Relatório de Política Monetária divulgado, o Banco Central destacou que essa revisão reflete a manutenção das taxas de juros em níveis elevados, constantes em 15% ao ano, além de fatores como a desaceleração da economia global e a falta de impulso no setor agropecuário, que anteriormente contribuiu para o crescimento de 2025. O documento indica ainda que a economia está operando acima de seu potencial, sem causar pressões imediatas sobre a inflação.

A instituição também revisou levemente sua projeção para a inflação de 2025, passando de 4,9% para 4,8%. Mesmo com essa mudança, a expectativa é que a inflação termine o ano acima do teto da meta, de 4,5%. Para os anos seguintes, as previsões apontam inflação de 3,6% em 2026, 3,2% em 2027, e 3,1% no primeiro trimestre de 2028. Todas essas estimativas estão acima do centro da meta, que é 3%.

Na prática, isso significa que a inflação deve permanecer acima do objetivo estabelecido por, pelo menos, três anos. O Banco Central reconheceu a dificuldade em cumprir a meta no acumulado de 12 meses até junho e comunicou ao Ministério da Fazenda as razões para esse descumprimento, incluindo variações no câmbio, custos de energia elétrica, e efeitos climáticos.

Em sua última reunião, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, repetindo a decisão pela segunda vez consecutiva. Com isso, os juros devem permanecer elevados por um período prolongado, conforme necessário para que a inflação convirja para a meta. O mercado financeiro espera que cortes na taxa comecem apenas em 2026.

Esse cenário gera divergências com o governo, que critica a taxa e busca sua redução. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com os impactos da desaceleração econômica no emprego e na arrecadação tributária. Recentemente, a Receita Federal reportou uma queda real de 1,5% na arrecadação de agosto em comparação ao mesmo mês de 2024, resultado que reflete a desaceleração da economia.

O projeto de lei orçamentária para 2026 previa um crescimento do PIB de 2,44%, mas com a nova previsão do Banco Central de 1,5%, o governo pode enfrentar desafios para cumprir suas metas fiscais, necessitando possivelmente cortar gastos em um ano eleitoral.

O relatório também sugere que o crédito total deve crescer 8,8% em 2025 e 8% em 2026, em linha com a desaceleração econômica. No entanto, em termos reais, o crescimento será bem modesto: 3,8% e 4,2% respectivamente, contrastando com um crescimento de 6,4% em 2024. Essa moderação no crédito deverá impactar diretamente o consumo, investimentos e a arrecadação pública.

E você, o que acha dessas previsões? Como acredita que isso pode impactar a sua vida no dia a dia? Compartilhe suas opiniões nos comentários!

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