A luta contra fraudes financeiras ganhou um novo aliado: o Banco Central (BC) lançou uma ferramenta inovadora destinada a aprimorar a recuperação de recursos em casos de golpes por meio do Pix. Nos últimos tempos, apenas 31% dos 5 milhões de pedidos de devolução de transferências fraudulentas foram aceitos, resultando em menos de 7% do valor desviado recuperado. Até agora, foram devolvidos apenas R$ 459 milhões de um total alarmante de R$ 6,98 bilhões perdidos em fraudes.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED) está na dificuldade de rastreamento dos valores. O BC consegue localizar apenas a primeira conta que recebeu o dinheiro, enquanto as quadrilhas frequentemente dispersam os valores rapidamente, complicando a recuperação dos recursos. Em um cenário preocupante, 86% das quase 3,5 milhões de solicitações negadas em 2024 foram devido à falta de saldo na conta que recebeu a transferência.
Para enfrentar esses desafios, a nova funcionalidade de autoatendimento do MED surge como uma solução promissora. Com essa inovação, os usuários poderão contestar transferências fraudulentas diretamente pelos aplicativos de seus bancos, simplificando um processo que anteriormente dependia exclusivamente das instituições participantes do sistema Pix para notificar o BC. Segundo Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, essa mudança diminuirá o tempo de resposta às solicitações.
Instituições financeiras, como o Bradesco, já estão se adaptando a essa nova realidade. O banco agora permite que seus clientes contestem fraudes diretamente por meio do extrato. Marcos Cavagnoli, diretor de produtos de pagamento do Bradesco, afirmou que a ampliação do rastreamento poderá facilitar a identificação e o combate a fraudes, tornando o processo mais eficiente.
Luiz Henrique Sá, diretor da fintech Dock, antecipa que essa versão 2.0 do MED pode aumentar a taxa de aceitação das solicitações para até 80%. Porém, ele alerta sobre as perdas financeiras que ainda poderão ocorrer devido às sofisticadas táticas utilizadas pelos criminosos. O novo sistema, além de abordar fraudes, também esclarecerá as regras e etapas do processo de contestação, orientando os clientes sobre o tipo de golpe sofrido e oferecendo suporte durante todo o processo.
Estamos diante de um passo significativo na proteção dos usuários do Pix e no combate às fraudes financeiras. Como você se sente em relação a essas mudanças? Compartilhe suas opiniões nos comentários!