16 agosto, 2025
sábado, 16 agosto, 2025

Bolívia: eleições podem representar fim de hegemonia da esquerda

Compartilhe

Eleições na Bolívia

Neste domingo, 17 de agosto, os bolivianos se dirigem às urnas para escolher seu futuro. Este dia histórico estabelece um marco: após quase duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, a Bolívia se prepara para um novo ciclo político e econômico, com visões mais liberais, colocando em jogo o destino de uma nação.

O economista e analista político Carlos Toranzo destaca a seriedade do momento: “As eleições decidirão se a Bolívia continuará seu caminho autocrático ou retornará à democracia. Após anos de um governo que concentrou todas as esferas de poder, a população clama por mudanças”. Essa expectativa é palpável, gerando um clima de esperança e a possibilidade de uma mudança significativa no sistema.

As eleições deste ano também marcam a possibilidade de um segundo turno, agendado para 19 de outubro, enfatizando a competitividade entre os candidatos. No entanto, a diferença das tendências regionais é notável: a disputa não inclui extremismos, com a direita tradicional e a centro-direita dominando o cenário.

Após anos de crise econômica, a população se vê dividida entre opções que, embora liberais, refletem uma escolha altamente pragmática. “Nestes tempos desafiadores, o que se percebe é uma busca por soluções práticas”, afirma o analista Raúl Peñaranda. Na corrida, o ex-presidente Jorge Quiroga e o empresário Samuel Doria Medina dominam as pesquisas, uma disputa que traz à tona a fragilidade do MAS, que corre o risco de se tornar irrelevante.

Com a incerteza pairando, os votos brancos e nulos aparecem como uma expressão de descontentamento, somando 14,6% das intenções. A questão do voto rural indígena também se destaca, podendo beneficiar Andrónico Rodríguez, representante da esquerda e sucessor político de Morales. Contudo, seus desafios são imensos, e todas as indicações apontam para uma derrota em um segundo turno.

Evo Morales, inelegível devido a condenações e escândalos, consome seus esforços incentivando o voto nulo, uma estratégia discutível, dada a sua associação crescente com acusações graves. “Ele tinha tudo para ser um líder reverenciado, mas sua trajetória agora está mergulhada em controvérsias”, observa Toranzo.

A grave crise econômica da Bolívia é outro elemento crucial nas eleições. A escassez de dólares e uma inflação alarmante, que atingiu 24,8%, geram um clima de instabilidade, levando a população a clamar por soluções urgentes. O cenário é desolador: reservas internacionais em níveis críticos e uma dependência acentuada de importações ameaçam o futuro econômico.

A governabilidade será um desafio premente para o novo governo, que terá que construir alianças em um Congresso fragmentado, mas potencialmente alinhado em suas ideologias. “Estamos diante de uma oportunidade rara de diálogo, diferente do que tem sido a norma”, destaca Peñaranda.

Em meio a essa complexa tapeçaria política e econômica, a Bolívia busca uma nova direção. Como você vê o futuro político do país? Deixe seu comentário e compartilhe sua perspectiva sobre essas eleições decisivas.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você