22 julho, 2025
terça-feira, 22 julho, 2025

Bolsonaro abatido, PL estremecido: veja como foi a reunião da sigla

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O clima era pesado na reunião do PL, realizada na última segunda-feira (21/7). O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu visivelmente abatido, quase sem se pronunciar, em meio à bancada de seu partido. A pressão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, parece ter deixado seus rastros. Informações de aliados revelam que Bolsonaro não apresentou sugestões de resposta concreta às restrições que lhe foram impostas, especialmente no contexto do tarifaço dos Estados Unidos ao Brasil.

Enquanto isso, o sentimento geral entre os aliados era de desânimo quanto às chances de sucesso das ações propostas pela oposição para pressionar o STF. Mesmo assim, os parlamentares decidiram mobilizar o público com protestos programados para o início de agosto, além de tentativas de impeachment de Moraes e a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, entre outras medidas.

O encontro, mais um ato simbólico por unidade em torno de Bolsonaro, foi também uma forma de contornar as limitações que o ex-presidente enfrenta. Impossibilitado de se comunicar nas redes sociais e de participar amplamente da imprensa, ele optou por se manter em uma reunião interna, revelando apenas glimpses de sua situação ao mostrar a tornozeleira eletrônica na saída da Câmara.

Após o encontro, Bolsonaro permaneceu em uma reunião mais restrita, enquanto os outros parlamentares se dirigiam ao Salão Verde para uma coletiva. Importante ressaltar que, sob as ordens de Moraes, o deputado Eduardo Bolsonaro não pôde participar remotamente, sublinhando as tensões dentro do cenário político.

Lideranças do PL estão focadas em reações ao STF, mantendo vigilância sobre possíveis determinações que possam levar à prisão de Bolsonaro. Moraes concedeu um prazo até a terça-feira (22/7) para que o ex-presidente se explicasse a respeito de declarações feitas no Congresso, afirmando que o estado emocional do ex-mandatário ficou evidente nas falas que proferiu.

O PL decidiu criar três grupos de trabalho para organizar a defesa de Bolsonaro. O líder da legenda, Sóstenes Cavalcante, delineou as seguintes frentes de atuação:

  • Um grupo liderado por Gustavo Gayer (GO) para alinhar a comunicação do partido. O objetivo é que todas as lideranças atuem em sinergia;
  • Outro grupo, sob a coordenação do deputado Cabo Gilberto (PB), focado nas “mobilizações internas” na Câmara e no Senado, assegurando que as pautas do partido sejam devidamente respeitadas;
  • Um terceiro grupo destinado à mobilização nacional para garantir que a voz de Bolsonaro não se cale, o que, segundo Sóstenes, é o intuito das novas restrições.

Os parlamentares traçaram também um plano legislativo que abrange:

– Projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro;
– Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando a limitação do foro privilegiado de deputados e senadores, diminuindo a influência do STF sobre o Congresso;
– Impeachment de Moraes no Senado.

Além disso, o dia 3 de agosto foi marcado para manifestações em todo o país, como uma clara resposta às ações do STF. “Vamos ocupar as ruas do Brasil”, enfatizou Sóstenes.

Entretanto, é crucial lembrar que a pressão não é apenas política; as medidas restritivas impostas a Bolsonaro incluem o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com certos indivíduos, incluindo seu filho, Eduardo. O contexto global também não favorece o ex-presidente, visto que as sanções propostas pelos EUA são um reflexo direto de suas ações, que a Polícia Federal apontou como provocativas e potencialmente golpistas.

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