4 setembro, 2025
quinta-feira, 4 setembro, 2025

Brasil convoca reunião virtual de líderes do Brics para próxima segunda-feira

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Abertura da primeira reunião da presidência brasileira do Brics

Na próxima segunda-feira, dia 8, o Brasil será o palco de uma reunião virtual de líderes do Brics, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este encontro se dá em um contexto complicado, marcado pelo tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras imposto por Donald Trump. A data foi confirmada após intensas consultas diplomáticas, embora o formato da videoconferência ainda não tenha sido divulgado. Diferentemente do que aconteceu na Cúpula de Líderes do Rio, onde o Brasil deixou de transmitir as interações entre os chefes de Estado, cada país decide se compartilha ou não o conteúdo dos discursos.

Embora a pauta oficial da reunião não inclua o tarifaço, é bastante provável que os líderes abordem o tema, uma vez que a situação afeta diretamente a dinâmica do comércio global. Além do tarifaço, as discussões também se concentrarão na crise do multilateralismo, nas guerras que assolam a Ucrânia e a Faixa de Gaza, e na aguardada COP30. O governo brasileiro busca articular uma resposta conjunta, mas há a possibilidade de alguns líderes não estarem presentes e optarem por enviar representantes.

Em julho, o Brics já havia emitido uma declaração evitando uma manifestação direta sobre as ações de Trump, apenas se referindo a elas como “ações restritivas”. Os líderes destacaram que o aumento das tarifas ameaça agravar a situação do comércio global, interrompendo cadeias de suprimentos e trazendo incertezas econômicas. A mensagem enfatizou a importância da Organização Mundial do Comércio (OMC) como um pilar para um sistema de comércio justo e inclusivo.

No entanto, com a recente ampliação do grupo, que agora conta com 11 membros, as divergências internas se acentuaram. Alguns países estão mais alinhados com os interesses dos EUA, o que complica a busca por um posicionamento unificado. Recentemente, Brasil e Índia foram os mais afetados pelo tarifaço, enquanto outros países enfrentaram tarifas inferiores. Essa divisão serve como um desafio à coesão do Brics, dificultando a construção de uma estratégia comum de resposta.

Em meio a esses desafios, a expectativa para a reunião virtual do dia 8 é moderada. O governo lula não acredita que conseguirá uma plataforma sólida para articular uma resistência unificada contra as políticas dos EUA. Em vez disso, espera-se que o resultado final seja uma nova declaração em defesa do multilateralismo, refletindo as complexidades das relações atuais. A legitimidade política do Brics aumentou, mas é essencial que o grupo aprenda a gerenciar suas diferenças.

Acompanhe a evolução desse importante encontro e compartilhe suas opiniões. O que você espera que saia dessa reunião? Seu comentário pode fazer a diferença!

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